18.2.09

Quando acreditava no paraiso... Quando credevo nel paradiso...


Giorni di paradiso

Mensagem escrita a amigos que viajaram comigo pela Alemanha, fora 20 dias que culminaram em Colônia com a Jornada Mundial da Juventude...

"Com’è il paradiso? Tutti abbiamo un’immagine su quest’idea, si, perché prima di tutto, secondo questo pazzo che vi parla, o meglio scrive, il paradiso è un’idea. Però l’immagine più forte, quella più sedimentata e l’immagine medioevale, gli angeli con le ali bianche, le nuvole bianche, Dio seduto con la Madonna a fianco e alcuni santi dall'altro… un paradiso statico, povero di colori, dove "regna" la pace ed abbonda la monotonia.

Ho riflettuto un po’ su quest’immagine e sono arrivato ad una mia descrizione di paradiso, è l’immagine che ci faccio io. Secondo questo vostro "folle" amico, il paradiso è il regno della libertà, perciò ognuno sceglie come lo vuole. Il mio paradiso ad esempio è così: un mare infinito, ossia tutti i mari sono infiniti; nel mio paradiso non ci sono le nuvole bianche dove camminano i santi; i santi camminano a piedi nudi su la sabbia e gli angeli sembrano delfini che nuotano liberi e felici, sempre.

Non simboleggio il paradiso con il cielo, perché ho vertigine quando sono in alto. Questo particolare paradiso è simboleggiato per delle spiagge; ogni spiaggia con un colore d’acqua diverso, con della sabbia o anche delle scoglie, c’è il sole, che ogni tanto si nasconde dietro le nuvole, come un bambino che gioca con altri bambini. In questo paradiso tutto ha uno spirito infantile.

Nel mio paradiso ci sono tante colori, ma proprio tanti. Il bianco della sabbia, dove rilassano quelli che hanno lottato tutta una vita per la costruzione di un mondo più pacifico; il blu dell’infinito, il verde della speranza, il mare alternasi tra il verde, il blu, il roso ed il giallo, tutti questi colori perché sì uno deve restare tutta un’eternità in un posto, deve avere delle scelte; non posso dimenticare del verde, sì il verde degli alberi, e tutti gli altri colori che si possono immaginare; sembra proprio un dipinto di Van Gogh o Monet.

Nel mio paradiso la gente non fa delle pause per pregare, la vita è diventata una preghiera. Le persone hanno tempo, ci si parla guardandosi in faccia, nessuno è giudicato per quello che ha, neanche per il colore della pelle o anche per qualsiasi altra caratteristica esterna, tutti sono uguali, e meglio ancora, tutti si sentono pari. La religione non esiste, esiste Dio. Noi, figli suoi, lo adoriamo con la vita e capiamo tutti i suoi desideri, nel mio paradiso non esiste più i dubbi.

Nel mio paradiso niente è finito, neanche la scelta del paradiso, siccome è il regno della libertà, uno può anche scegliere di lasciare tutto. Perché nel mio paradiso esiste ancora la passione. Non si soffre nel mio paradiso, perché siamo arrivati al punto di capire anche le ragioni delle sofferenze e così, andiamo avanti; però non posso capire un’eternità senza le prove, senza delle difficoltà, neanche voglio un’eternità così, con tutto ciò, siamo arrivati al punto di capire tutte le cose e così non ci si disturba per le difficoltà.

Ci si ama nel paradiso, ci si ama tanto. Dire io ti amo, o anche ti voglio bene, è diventato un saluto normale, come dire buongiorno. Come non esiste più il dubbio, ci si dice "io te amo", con tutta la certezza del cuore.

I conflitti non esistono, non che tutti siano d’accordo a cento per cento uno con l’altro, ma siccome la libertà è il principio basico, tutti rispettano la "saggezza" dell’altro. La natura è diventata una continuazione della vita di tutti, ci si vivi pienamente.

Insomma, il paradiso sembra, per me, un posto dove la perfezione non è una regola, ma una conseguenza della normalità della vita; ci si arriva senza perseguirla. Alcune volte ho provato costruire il paradiso li, dove sono, con le persone che ci sono intorno a me; ogni tanto ci sono riuscito, ed è stato meraviglioso. Non voglio sperare la morte per trovare il paradiso, chiedo all’Eterno Padre che me lo permetta costruire ovunque vada; voglio avere forza di edificare dei pezzi del paradiso insieme alle persone che ci sono vicine a me."

14.2.09

Felizes e Amados

Uma conversa em um maio de um ano, promessas de férias, viagem aos confins nunca dantes vistos. Três que se amam, transformam-se em quatro e depois em cinco. Destinos certos, viagem por meios incertos. Eis mais um encontro envolvendo gente.
Eu acho que a vida é feita de encontros, cheios de desencontros; não, isso não é original, isso não é de minha autoria, mas é uma verdade hoje: pessoas “se” encontram, gente encontra gente. O que fazemos depois do primeiro e dos muitos encontros vai definindo qual relação teremos, como nos veremos, de que forma faremos parte uns das vidas dos outros.
Os encontros chegam a ser inevitáveis, mas criar laços é uma decisão de cada pessoa. Nós, individualmente, escolhemos quem vai fazer parte de nossas vidas, ESCOLHEMOS, quem nos fará rir de alegria e contristar nossos corações com a ausência. E, ao cativarmos, nos tornamos responsáveis por elas, pois nos tornamos parte delas.
Um dia, anos fazem, gente que encontra gente, movidos quem sabe porque sortilégio desta vida, em um prédio simples de uma cidade simplória, em circunstâncias vulgares por sua singeleza e naturalidade, encontraram-“se”; a missão era ensinar, mas a tarefa foi mal interpretada e assumida com displicência, e a missão converteu-se em afeição: não mais ensinar, mas cativar e tornar-se responsáveis uns pelos outros.
Até onde iremos? O que nos move? Bem, essas respostas não estão ao nosso alcance. A nós foi dada a capacidade de continuar escolhendo, pois de escolhas a vida é feita. Cada escolha tem seu preço e nós somos responsáveis por aquilo que escolhemos.
Há quem passe a vida à procura da felicidade, o problema é que as pessoas, em sua maioria, não sabem bem o que querem, e usam a palavra felicidade para resumir seus anseios, elas não querem felicidade, elas querem a capacidade de escolher bem, de escolher com sabedoria e de não arrepender-se de suas escolhas. Cada escolha tem sua implicação, o dom de escolher é o que nos distingue, e a capacidade de poder arcar com nossas escolhas nos torna mais ou menos forte.
Não, não quero a pura e simples felicidade, quero a capacidade de escolher com coragem, de resistir à tentação, nobre, de permitir que outros escolham por mim. Hoje como hoje, quando se fala no mais e no menos, eu não penso ser capaz de arcar com minhas escolhas, sou demasiado, mas resisto à tentação.
Há coisas, e tempos e espaços, que não precisão de comprovação, mas somos humanos, como diria o atormentado filosofo-poeta, demasiado humanos, e a tudo submetemos testes; provar é nossa busca mais irritante e infundada, pois, buscando, esquecemos de simplesmente sentir... eu seguirei, sem mais querer provar, mas sendo sempre irritante e infundado.
Nestes dias onde “Amados e felizes”, foi tanto substantivo, quanto adjetivo, eu senti, mas sem me conformar, busquei a prova: sentimentos não devem ser postos à prova, não sabemos mensurar as respostas, eles acabam por confundir o que já era claro e simples, e por isso, bonito e sincero.
Eu já disse que de encontros e escolhas a vida é feita: pois bem, eu vos encontrei e vos escolho, não para o futuro, pois nem sei o que isso significa mesmo, mas para agora, para este tempo, para continuar fazendo parte de minha vida, para fazer parte de suas vidas.
Ainda hoje, de maneiras que não sei explicar, nos encontramos, com anseios diferentes, mas ainda nos escolhemos.
Vos amo...

13.2.09

O tema hoje é realidade (poderia ser no plural – realidades)


O que realmente é a re-a-li-da-de? Ela é necessária? Qual o seu antônimo? Ilusão, sonho, irrealidade, devaneio, fuga?
Qual o porquê deste tema?
Hoje, e não seria seguro precisar o dia, eu me peguei descontente com minha realidade; a realidade é uma coisa individual, como uma camiseta que cada um veste de um jeito? Meu descontentamento me impeliu a “criar” uma alternativa à realidade que se me apresenta. Contudo, de uma hora a outra, vi-me como um fugitivo, um transgressor, e sinto que a realidade que eu havia, a pouco, pensado em abandonar por outra, caçava-me, não como a um simples fugitivo, mas como um “desviante”, um que a quer ignorar, e sem poder para fazer-lhes esta desfeita em face, foge.
Percebi que não consigo fugir por muito tempo, eu espero a captura, fujo de uma coisa que me esta oprimindo, mas quando longe, penso em como era, e espero a captura. Não tenho certeza – outros diriam que sempre se tem certeza – se fujo por que não quero ficar, ou se fujo só pra ver se vou ser capturado mais uma vez.
Não provo prazer em fugir à realidade, provo diferença e tranqüilidade; mas tenho certeza – espero que isso seja mesmo uma certeza – que não quero a realidade que se me esta posta. Vivo dizendo que o que tenho agora é uma escolha: logo, quero escolher outra coisa ou ter coragem de me arrepender de ter errado. As duas opções – são opções? – portam consigo um combinado de sofrimento, uma leva de sofrimento solitário; opressor, como qualquer sofrimento, mas que diferente de outros, que não se pode pedir ajuda, esta, se existir, deve vir ofertada por outrem amado.
A certa altura de minha vida eu afirmei só crer em sonhadores, ora, pois sim, sonhadores não vivem realidades, sonhos não podem ser realidades, mesmo que verdadeiros e palpáveis. Não são os sonhos contrários exatos da realidade?
A realidade que tenho ora é-me estranha, mesmo se não posso negar minha responsabilidade nela. Parece-se com uma camiseta que se escolhe, experimenta-se, e depois, só depois, percebe-se que esta apertada, que a manga está esgarçada, que ela não combina com nada; comparar uma vida a uma camiseta é pobre, mas ilustrativo.
Tenho uma realidade que não desejo mais, que construí sem querer, como que aproveitando entulhos que me estavam vizinhos. Minha preguiça, aliada aos meus medos não permitiu ousadias tais que me consentissem outra coisa.
Um dia fui chamado de professor, e ainda o sou, e hoje percebo bem no que isso estava errado. Um que desconhece a realidade, não pode ousar ensinar, ensina-se o real, o palpável (história pode ser palpável?). Como já disse o poeta: quero ser um eterno aprendiz. E o sou. Alguém que aprende, e contenta-se em aprender, não pode suportar só o real. O real, a realidade, são como blocos do moderno concreto, duros, lisos, duráveis, com ilusão de eternidade – não busco o eterno, mas o etéreo. A realidade tende a emparedar e impedir o sopro refrescante dos sonhos.
No mais, sou um amante. Distingo-me por não ter problemas em declarar meu amor: as artes, à humanidade, aos amigos. Amantes não podem suportar realidades cruentas. A realidade é árida, ao posto que o sonho é fecundo; na realidade há muitos espaços, na ilusão há o infinito; a realidade é individual, posto que cada um a vê de um ângulo seu, o devaneio tende a contaminar uma minoria; o real pode ser ensinado, o sonho tem que ser aprendido.

Decidi, hoje, chorar...

Resolvi chorar todas as dores hoje... hoje resolvi que valia a pena ter chorado quando meu avô morreu... O meu avô morreu. Um velho bom, como é possível ser bom na sua natureza. Ele me ensinou um monte de coisa, mesmo se não sou capaz de lembrar de nenhuma; mas todos os avôs ensinam coisas a seus netos, não é verdade?De uma coisa lembro: eu era seu neto preferido, disso eu me lembro, disso todos os netos lembram.
Nos últimos dias ele andava doente da paciência, e isso agravou seu câncer. Viveu uma vida de guerreiro, enviuvou cedo, e criou, mal como lhe foi possível, três filhas; dentre elas minha mãe. Andava como jamais conheci outro, meu avô andava o mundo, sem jamais ter saído do estado. Era homem prático, pouco afeito às futilidades da vida, avaro, mas lerdamente generoso. Nunca mentia, só quando tinha que ser avô e contar suas estórias.
Jamais vi meu avô pronunciar a palavra amor, não lembro dele pego a fazer carinhos seja nos netos que nas filhas, mas não duvido do seu amor: meu avô era avô de fazer de comer, de pegar e guardar frutas para mim. Era antes de mais nada um trabalhador, trabalhou até o último dia, trabalhou até se ver abandonado por suas forças e não chorou a morte, mas nunca a esperou, não obstante as privações e as muitas sacanagens da vida, ele a adorava.
Meu vô morreu e eu não vi, mas disso não faço caso, não gosto de ver morte: mas eu não disse nada a ele; meu vô se foi e não me resta na memória minhas últimas palavras a ele, não fui consolar minha mãe, minhas tias, não fui de ajuda. O meu Vô se foi... e só agora eu choro...

Resolvi chorar por meu vô, por minhas todas dores e por mim... resolvi chorar o que não sei, decidi chorar pelo que não sei compreender. Meu olhos, hoje neste ocaso, anuviados, não guardavam nada, só vertem.
Acho que o choro é o grito dos fracos... a um forte é permitido chorar, mas ele não usa de sua permissão... aos fracos o choro é mais uma indelicadeza para com a vida.

Sofrer é dor solitária... (Trechos de uma carta)

(...) Sabes, eu acho, hoje mais que ontem, que o sofrimento é pena solitária. Acho muito mesmo. Não importa o quanto digamos que somos capazes de compreender a dor de outrem, simplesmente não a compreendemos. Há momentos que dentro de mim ponho-me a rir quando ouço as frases: "eu sei pelo o que estas passando!" ou "compreendo tua dor!" ou ainda, "eu já passei por isso, sei como é, te compreendo"; todas estas frases são sem sentido.
Uma dor é sempre particular, podemos ter uma idéia, uma idéia que, se permitisse nossa vaidade, seria bem vaga e desfocada, da dor que o outro sente; mas, é improvável ter uma idéia precisa.
Contudo, doer sozinho é ruim, dói mais; mesmo sento impossível "compartilhar a dor", é legal ter alguém que nos impeça de morrer.
Muitas vezes, sem o saber, me impedistes de morrer. Me fizestes perceber que morrer, na maioria das vezes, nem era uma opção para parar de doer, mas para fazer doer aos outros a minha dor.
Minha dor maior é a solidão... a solidão é minha maior dor, como a inveja é meu maior pecado. Mas ao posto que a inveja não é uma escolha, a solidão na maioria das vezes o é. Escolho ficar só e justifico não querer pesar aos que me rodeiam, mas acho que escolho ficar só, para que os que me amam sintam-se abandonados por mim, como eu me sinto abandonado pelo mundo. É impressionante isso...
Eu queria que o mundo gritasse que me compreende, eu queria que o mundo, penalizado por minha situação, agisse, pois eu não consigo, não quero conseguir... eu queria entender a diferença entre o "não quero" e o "não consigo".
Querida, as coisas são claras na minha cabeça... são claras mesmo. Eu sei o que quero, sei o que seria necessário... mas nada faço...
Acho que recebo mais do que mereço, mas quero merecer mais.
Já te falei sobre minha incompetência em viver... pois sim, eu me convenço dela a cada dia. Sabes, todos devem ter certas competências, todos devem ter força para fazer algumas coisas imprescindíveis... essa força é inata, todos a temos, salvo em casos patológicos, e eu a uso para outros fins. A força natural que a vida me dá eu uso para ficar mal... (...)

9.2.09

Sem Peixe... sem Nada...

Você já deve ter ouvido a frase: “não se deve dar o peixe, mas sim a vara e ensinar a pescar!”. Eu já a ouvi, eu já a disse.

Estes dias eu parei para pensar nela, na frase, é estranho que uma simples frase diga tanto sobre uma sociedade.

As pessoas que oferecem a vara, anzol e isca, não olham para aquele que deverá pescar, ao contrário, em seu altruísmo “ignóbil” elas olha somente para seu bravo ato. Às vezes até se dispõem a mais, resolvem “ensinar a pescar”. Percebam que na maioria das vezes esse ato de bondade é feito “com gosto”, com “boa vontade”, mas muitos destes mestres da pescaria esquecem-se de simplesmente olhar o outro...

Há momentos, e circunstâncias, em nossa vida que não é que NÃO QUEREMOS, É QUE NÃO CONSEGUIMOS; há momentos em que não há força, não resta “vontade”, independentemente de nossa vontade, simplesmente não temos forçar. Neste momento não adianta ninguém com seu altruísmo que nos chegue com técnicas inovadoras para pegarmos peixes dourados, não há rede ou vara que ajude, não há forças.

Há momentos em que precisamos é do peixe. O peixe nos daria força, nos reanimaria e seria mais fácil aceitar os apetrechos da pesca. Mas receber o peixe implica ser ouvido, significa ser parte, é uma humildade dupla: a pessoa que recebe tem que saber que esta precisando e que aquele peixe é caridade sim, mas que é uma caridade para alguém que de fato necessita; do outro lado a pessoa que oferece tem que saber-se humilde para não sobrepujar o outro e que a caridade feita não seja humilhante, mas antes de mais nada quem dá o peixe tem que fazer isso pelo outro, não por si... dando a vara, isca e anzol, a pessoa pode mostrar-se “mais” útil, pode mostrar-se mestre, doador, dando os apetrechos a pessoa tem como esperar um resultado, pois pode ficar observando ou ensinando se vai dar certo, se vai haver pescaria... em havendo pescaria torna-se partícipe. Dando o peixe, não há o que esperar além de ver o irmão, pois não será só um necessitado, recuperando as forças. Recuperadas as forças não há como prever se o que recebeu o peixe vai querer pescar, pois precisávamos somente recuperar as forças. Tudo fica no campo do outro... alimentado e com forças, somos todos iguais, ao passo que uns com peixes, mas que só se desfazem das iscas, são mestres ante necessitados.

Dar o peixe não é fácil, mas receber tampouco.

2.2.09

di Maurizio Matteuzzi - BELÉM Ritorno IN AMAZZONIA

A BELEM IL «GRANDE» FORUM
Il Forum sociale mondiale torna agli incontri globali e alla sua terra d'origine, il Brasile. Aperto da un grande marcia sotto la pioggia, affronterà le crisi che scuotono il pianeta con la consapevolezza di «aver avuto ragione». Oggi il confronto con i cinque presidenti «amici»
Ogni giorno più o meno alla stessa ora, qui a Belém arriva «la pioggia delle tre», una manna che allevia un poco il calore umido dei tropici che soffoca la città tutto l'anno, estate e inverno. Martedì pomeriggio ha tardato un poco ed è arrivata alle quattro, l'ora fissata per la partenza della marcia che ha inaugurato il nono Forum sociale mondiale. Era fissata alle quattro proprio per sfuggire alla pioggia delle tre. Un acquazzone terrificante che per almeno mezz'ora ha aperto le cateratte sul fiume di popolo colorato e allegro del Brasile e del mondo arrivato fin qua da 150 paesi. Ma nessuno se n'è accorto degli 80, 90, 100000 - il numero importa ma allo stesso tempo non importa, perché erano tanti - che si preparavano a partire, bagnati fino alle ossa. Anzi, visto che tardava e faceva un gran caldo, alcuni degli indigeni, protagonisti della marcia e del forum che non per caso si svolge in Amazzonia, hanno improvvisato una danza della pioggia subito assecondata dai loro dèi. Anche se per la verità in questa occasione gli indigeni e i loro dèi non hanno dovuto fare grandi sforzi. Così, inzuppata e felice, la marcia è partita dalla Estação das Docas, nella zona del porto sul fiume, dove i vecchi capannoni in ferro battuto inglese ospitano ora, dopo essere stati restaurati, ristoranti costosi e a buon mercato in cui si possono gustare l'infinita varietà dei pesci dai nomi indiani del grande Amazonas e dei suoi affluenti - jaraqui, pacu, tambaqui, surubí, pirarucu, tambauqui, tucunaré, di solito serviti con pirão e tucupí, un puré e una salsa a base di manioca... Passata la Praça da República, il cuore della città, davanti al Teatro da Paz con le sue strutture neoclassiche che ricordano alla lontana il favoloso Teatro Amazonas di Manaus, è entrata nella avenida Nossa Senhora de Nazaré. Una fiumana di gente, di varia umanità, di bandiere, di colori della pelle e delle bandiere, di striscioni - uno lungo decine di metri con il nero, il bianco, il verde e il rosso della bandiera palestinese portato da molti della numerosa presenza italiana. Naturalmente i più vistosi e fotografati erano le folte schiere degli «indios» brasiliani e amazzonici - ma sono arrivati a migliaia anche dagli altipiani andini della Bolivia, del Perú, dell'Ecuador, - che sfilavano dipinti e compatti: forse per una volta non sono e non si sentono solo oggetto di folclore - sarebbe il fallimento del Forum - con cui farsi fotografare e da immortalare dalle telecamere (dicono ci siano almeno seimila giornalisti, anche se la copertura mediatica dei grandi media internazionali e brasiliani, come la famosa e pessima Rede Globo, è molto striminzita). Come sempre e come si conviene a un evento di questo tipo, momenti di incontro, di protesta, di festa, di proposta, di affermazione politica, sindacale, etnica, umana, c'era e si è visto di tutto. Dalla crisi economica globale all'aggressione israeliana contro i palestinesi, dall'economia solidale ai diritti dei popoli originari, dalle bandiere cubane a quelle delle parrocchie cattoliche, dai marxisti-leninisti duri che invocano la «reolução» agli ottimi agli ecologisti in bicicletta, dalle «streghe» che invocano la depenalizzazione dell'aborto (che in Brasile è ancora reato e provoca stragi fra l'infinità di donne dei ceti più bassi) ai luterani, dalle lesbiche vestite in bikini leopardati ai movimenti dei «senza casa», dai «senza terra» che reclamano da Lula la promessa (e non mantenuta) riforma agraria ai verdi, dai trozkisti della Quarta internazionale a urlare che «dalla crisi capitalista si esce con un mondo socialista» a tardohippies made in Usa sovente accompagnati dai figli, da europei di mezza età e di ceto medio ad arrabbiati sottoproletari delle disgregate periferie urbane del Brasile. Poi tanti, tantissimi preti e suorine di quelli che piacciono tanto a noi: i Padri della consolata e la nerissima suor Paolina arrivata dalla Nigeria, quel frate in saio francescano e al collo una kefia palestinese. Spesso fianco a fianco con i marxisti, con le lesbiche, con gli atei incalliti. Ma soprattutto - e bellissimo - in quella fiumana spessa che avanzava, c'erano un'infinità di giovani e giovanissimi, segno che la politica (perché questa è politica piena) non è solo, come sempre più spesso sembra in Italia e forse in tutto il mondo sviluppato e «civilizzato», roba da vecchi. Il tutto, visto che siamo in Brasile e il sacro carnevale si avvicina, accompagnato dal ritmo battente e ossessivo dei tamburi, la batucada. E soprattutto, da una consapevolezza nuova che non c'era nelle marce e sfilate delle precedenti edizioni del Forum sociale mondiale: la consapevolezza di «avere avuto ragione» nella denuncia contro la natura criminale e omicida del mondo neo-liberista e nella «resistenza» contro quel mondo alla ricerca, forse a volte confusa, di «un altro mondo possibile». Ora, con il crack globale che angustia il pianeta senza eccezioni, quel mondo simbolicamente riunito a Davos - dove lorsignori hanno dovuto perfino rinunciare al caviale con champagne - è crollato. E il nuovo mondo è davanti a loro, quelli che marciavano e gridavano lungo la avenida di Nossa Senhora de Nazaré della sperduta Belém do Pará, anche se è un mondo ancora «incognito». E' simbolico il fatto che quel mondo «incognito» lo si cerchi proprio qui, nel vecchio «nuovo mondo» che almeno per gli ultimi trent'anni almeno del '900 era stato scelto come laboratorio sperimentale del mercato più selvaggio. Un mondo che certamente non è dietro l'angolo a portata di mano e dovrà essere ancora cercato e conquistato con infinita pazienza e grandi sofferenze. Ma il cuore di quel mondo era lì, sotto la pioggia e il sole di Belém ed è qui, in Amazzonia, una regione che è insieme l'inferno e il paradiso. «In Amazzonia il punto di non ritorno è vicino - dice Gilvan Sampaio dell'Istituto nazionale brasiliano per le ricerche spaziali che controlla dal satellite l'avanzata della deforestazione -.Se un altro 30% della foresta sarà distrutta, questo eco-sistema cesserà d'esistere, rimpiazzato da un altro, un'immensa savana». E al ritmo attuale, nel 2050 la metà degli alberi sarà sparita. Il disastro finanziario di oggi è solo l'annuncio del disastro ambientale di domani. Dopo la marcia di martedì, è cominciato il Forum sociale mondiale vero e proprio. Ieri era il giorno della «Pan-Amazzonia» e dei «500 anni della resistenza indigena», oggi sarà il giorno in cui i cinque presidenti «amici», il brasiliano Lula, il venezuelano Chávez, il boliviano Morales, l'ecuadoriano Correa e il paraguayano Lugo, incontreranno il Forum. Non sarà un pranzo di gala.