12.12.11

Sobre listas...


Listar é quase um dever de ofício pra mim, eu adoro listas... faço sem nem sentir e quando vejo lá estão, como um oráculo de mim para eu mesmo... faço listas mesmo se jamais consegui obrigar-me a segui-las, elenco mesmo se não me atenho à ordens. As listas são como que uma tentativa de ajustar e dar ordem a um caos perpetuado; elas simplesmente fazem bem pra minha consciência. E, fato notório, quando consigo “ticar” mais que 50% de uma lista, fico com a égua lavada, com a sensação máxima de esforço recompensado (mesmo que tenha sido só o esforço de ter tentado). Quando não listo as coisas, me esqueço, faço coisas que precisavam de pré-requisitos (que coisa mais odiosa que fazer uma coisa que precisa ser antecedida por algo que simplesmente nos esquecemos por falta de lista?), não me atenho às prioridades, faço merda.

Acho que a época mais legal de todas pra fazer listas é o fim de ano... os elencos deste período viram promessas que prometem mudar rumos de histórias tragicamente consagradas e eu gosto muito de ler as relações alheias.

Cá vos dou a conhecer um rol de “promessas” minhas para 2012:

Começar a fazer uma atividade física em uma academia, por mais odioso que isso pareça e por mais absurdo que seja, pagar pra levantar peso e compartilhar aparelhos suados por gente que não se me apetece;

Escrever ao menos um artigo a cada 3 meses (seriam no mínimo 4 no ano todo), mesmo que os parecistas destas revistas pedantes continuem dizendo que eu não sei o significado da palavra parnasiano;

Gastar menos dinheiro do que eu ganho, por que não adianta querer ter dinheiro se ele não dura o suficiente para me dar segurança financeira nas emergências;

Estudar inglês com afinco, por que, gostando ou não, tenho que ter fluência nesta droga se me pretendo um arqueólogo (e chega de matar os últimos pandas com os efeitos colaterais do meu ódio todas as vezes que tenho que ler vários textos em inglês);

Fazer gnochi para alguém que me pedir, mesmo se eu não gosto desta massa e ter prometido só fazer no meu casamento;

Não pensar em voz alta sobre casamento e adoção de filhos (mas até o ano acabar, vou falar tanto nisso que tenho até pena dos meus interlocutores diários);

Amar... essa promessa não tem senão, eu quero ter disposição para amar, com toda a força, com toda a vontade, com todo o desejo.

E vocês, amigos amores, o que listam para o ano que se aproxima? Compartilhem...

10.12.11

Sobre preferências...
















Prólogo
Adoro café, gosto de todos os prazeres que ele me dá, desde o calor da xícara em minhas mãos, o tilintar da colherzinha mexendo e tocando as bordas da xícara, a aparência fumegante que tem um bom expresso, passando pelo perfume que sinto quando vou chegando a bebida próxima à minha boca e ter o orgásmico momento de sorver a primeira espuma com um pouco de café quente... as variações com leite (sempre em menor quantidade que café) ou outros parceiros, são ótimas também...

No momento estou em Rio Branco, no Acre... Um lugar lindo, uma cidade jeitosa e cheia de charme, mas onde não encontro café - só no hotel pela manhã, e café daqueles feitos aos litros...

Diálogo insólito:
Entrei em um lugar que se chama "Café da Floresta", aqui em Rio Branco. Estava quase em síndrome de abstinência e peço:

- Um expresso, por favo! - afinal, chama-se café da floresta, ora pois!
A atendente:
- O senhor que um café?
Fiquei tão feliz... ela não perguntou o que era - meu preconceito - sabia que eu queria café.
- Sim moça, um café grande... afinal, eu tinha que descontar.
- Só tem de garrafa!?
Minhas esperanças minguaram, mas ainda assim seria café.
- Então traga, mas sem açúcar, por favor...

A moça volta com minha xícara de café e olho pra cara dele e já não gosto, mas tem uma porrada de gente que eu nunca gostei da cara e depois acabei descobrindo que eram gente boa, se me permitem a comparação esdrúxula... e, no fim das contas, eu tomaria quase qualquer café na minha vida...
Pego na xícara e ela está fria e quando provo o café, DOCE (se é uma coisa na minha vida que não deve ser doce, é meu café... espero que minhas professoras sejam doces - eu preciso desta doçura - minha mãe é doce, minha sobrinha novinha em folha, é um doce, mas meu café NÃO)...

Desapontado, mas incorrigívelmente otimista, como o são os viciados com seus vícios, chamo a atendente....

- Moça, moça, por favor, pode trocar meu café, ela está frio e doce, eu quero sem açúcar...
E aqui o diálogo chega no insólito.

- Ela só colocou um pouquinho, afinal, ninguém toma café amargo - me olhando com condescendência.

- Eu quero amargo, amargo, sem nada de açúcar, e quente... eu ainda estava rindo.

A moça pergunta:

- Sem leite também, amargo mesmo?

- Sim! (eu já não ria mais).

- Mas por que? Ela perguntou, sem condescendência e com quase dó de mim...
- Obrigado! Não quero mais.


Moral da História... se você tem preferências não usuais, ou que vão de encontro ao que "todo mundo" gosta, carregue sua preferência com você...