9.10.10

Uma tradução de mim...

Por Paulinho Tamer

Tudo em mim explode
Meu complexo
Meu simplificado

Tudo em mim se traveste no mais desejoso anseio pelo igual
Eu não me reconheço em meio aos meus semelhantes.
Meus pensamentos sempre confusos
Meu corpo sempre leviano
Meu âmago sempre vazio
Meu rosto nunca triste
Meu sorriso sempre sarcástico
Minhas letras sempre mentirosas
Minha poética aflorada em razão
Meus sentimentos possuídos pela tolice de não sentir

Eu sou o oco do nada
O vácuo do vazio
O marrom seco
O contratempo silencioso
A ausência de nota entre notas.

Me sinto na maior parte do tempo incapaz de sentir
Mas sou um eterno apaixonado
Tudo que toco
Tudo que me apaixono
Se esvai na tremedeira das poesias
Não me queixo
Bendita fonte de renovação

Sinto por fugacidade
Por leviandade
Mas sinto
As vezes sinto
As vezes não

Sinto que sei
Sinto que sou
Sinto que faço
Sinto que mexo
Sinto que sei que não sou

Tudo o que em mim está hoje
Esfumaça e se dispersa na eternidade do tempo

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