11.3.09

A "pena" de viver... I

"E chegou ao seu último suspiro, aquele concedido aos que ainda tem de quem se despedir, e chegando ao fatídico momento, descobriu-se em débito e por isso desencorajado da despedida. Na hora do último, percebeu-se devedor e não obstante teve que descansar".

Trabalho, vivo cada respiro para não ter sobre minha lápide, ou impresso na memória dos meus, algo que se assemelhe ao que esta escrito acima. Fico pensando no que pode ser comutado em débito a alguém que se vai deste campo de labuta? A quem se pode dever na hora final? A a resposta mais recorrente que me chega aos sentidos é à Vida.

Viver é pena, viver é pena a ser descontada. A vida é só uma conseqüência, não é escolha objetiva e pensada; ela se nos é dada sem que a peçamos, acontece para todos com um tanto de obrigações.

Meu trabalho, o nosso trabalho, é fazer essa pena valer. Sendo viver uma pena, pena da qual não se escapa a não ser pela injúria da bruta renúncia, e não me azardo em julgar os que a escolhem, mas sendo pena compulsória, e sendo o MUNDO todo a cela que nos foi dada, nos cabe descontá-la bem.

2 comentários:

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  2. É fato meu amigo a vida nos é dada sendo somada a um emaranhado de obrigações nem tanto lógicas e perfeitamente notaveis a nossos olhos. Bonito o que escreveste e pela hora que li vai me trazer um ótimo fim de dia e preparatório ao proximo dia de labor moral, ético e espiritual.
    Gosto da maneira como escreves, se assemelha bastante a minha: bem sincera, sem ambições, mas com uma carga emocional e reflexiva tamanha que me faz parecer criança brincando de ABC.
    Bom saber que, como poucos, percebeste que estás vivo.

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Escreve ai vai!!!