27.6.10
Sobre o que esperar...
É fato, e meu fato é arbitrário, há quem não mereça fazer peso no planeta azulzinho. Há quem se entende na vida como obstáculo à vida alheia e faz disso razão de ser, forma de viver, objetivo de vida. Pensando em gente do lado negro da força, eu indago: o que nos é permitido esperar das situações, e dos outros??? Nossa condição humana é essa, a de eterna atesa?
A espera é estranha em sua necessidade. Temos que esperar em tantas situações e temos que nos obrigar a esperar de tantos que esquecemos que esperam de nós na mesma medida. Esquecemos que em alguns momentos não nos serve esperar.
A angustia da espera, daquilo que percebo, é diretamente proporcional à nossa capacidade de entender o mundo que nos cerca, e nessa buscar por entender, quanto mais experiente, menos angustia e mais serenidade.
Nestes dias em que o fim do mundo é meu lar, esforço-me para esperar só o que cabe no mundo do possível e do provável... não vou perseguir potes de ouro escondidos no fim do arco-íris, nem vou imaginar nada no fim do arco de íris. E das pessoas, da humanidade que me cerca, quero esperar na medida que me dou, ou nada esperar e me surpreender.
17.6.10
Sobre mudar...
Devo fazer confissões, e digo de pronto: estou sóbrio...
Continuo mudando, se penso no aforisma do homem que não pode tomar banho duas vezes no mesmo rio, pois seja o rio que o homem não serão mais os mesmo, me sinto mais rio que homem. Sinto-me Rio à medida que este vai em frente, dá-se a navegar, escava seu leito, sempre adiante, sempre rumo ao desague... e no desague meu Rio é mais delta que estuário.
Estou adorando essa sensação de ir... rumar... e nunca me sentir o mesmo...
Enquanto Rio, sou um que carrega muito consigo, sou uma espécie de Madeira, levando muitos sedimentos; levo os sedimentos e faço meu leito... não estou conseguindo definir minhas margens, sinto-me caudaloso, em cheia plena, mas que por algum motivo, não chego ao delta, mas me recuso a ser afluente.
Mudar tem sido bom e para o bem, mudar tem sido a garantia de ar novo, de formas novas de dia a dia perceber que o Rio não é o mesmo e amá-lo exatamente por isso. Eu havia acostumado com a idéia de querer ser Rio de águas cristalinas, com margens definidas e com vazão controlada, mas isso nada tinha de real... e agora, eis-me.
Outro dia, falando com o Fernando por telefone, ele disse que ficava contente de me ouvir dizer o que eu estava dizendo; mas não é esse o ponto, o ponto é: eu mudei, e continuo a mudar, e mais contente ainda fiquei em falar da minha vida daquela maneira. Encarando com felicidade as mudanças e sem "mas", sem o costumeiro jeito Ney de "e como se não bastasse". Outro ponto é: mesmo mudando sou sempre EU, ainda sou o Ney do "e como se não bastasse", mas posso ser muitos em mim...
Então, um brinde a mudança e um "vira" ao aceitar as mudanças...
4.6.10
Sobre a reflexão atual
"E que se eu só escutava somente o silêncio era porque ainda não estava acostumado com o silêncio; talvez porque minha cabeça viesse cheia de ruídos e vozes”. A frase, mesmo se parece, não é de um esquizofrênico, é do Juan Rulfo, no seu Pedro Páramo e reflete um pouco minha reflexão sobre meu atual momento em que me acostumo ao silêncio... não consigo ainda ponderar sobre se gosto ou menos, mas posso fazer comparação e dizer que prefiro ao barulho (mas barulho no bom sentido... se é que existe).
Sou, e me convenço disso dia a dia, um elucubrador, um inveterado, até contumaz, sonhador; houvesse uma competição para devaneadores, seguramente um posto no pódio me seria seguro. Este meu “estado” de ser não me esta agora... encontro-me onde devaneios não me são permitidos, elucubradores são rechaçados como portadores da praga hanseníaca no medievo. Aqui sou um “prático”, um, pasmem amigos, “que age e depois pensa”. Os açoites da vida me estão tirando parte da carapaça que com esmero, fui construindo ao longo de anos. Há que se dizer que fui hábil em eregir as muralhas que me empatam o “dar certo”, e que, possível também, os açoites não consigam por tudo por terra; mas sinto a brisa que vem dos buracos feitos e, mesmo com algum temor, aprecio o frescor. Espero, em algum tempo, querer, por forças próprias, fazer terra arrasada todos os esforços em recintar minha vida.
Uma coisa por vez! Um dia só “por hoje”!
Sou, e me convenço disso dia a dia, um elucubrador, um inveterado, até contumaz, sonhador; houvesse uma competição para devaneadores, seguramente um posto no pódio me seria seguro. Este meu “estado” de ser não me esta agora... encontro-me onde devaneios não me são permitidos, elucubradores são rechaçados como portadores da praga hanseníaca no medievo. Aqui sou um “prático”, um, pasmem amigos, “que age e depois pensa”. Os açoites da vida me estão tirando parte da carapaça que com esmero, fui construindo ao longo de anos. Há que se dizer que fui hábil em eregir as muralhas que me empatam o “dar certo”, e que, possível também, os açoites não consigam por tudo por terra; mas sinto a brisa que vem dos buracos feitos e, mesmo com algum temor, aprecio o frescor. Espero, em algum tempo, querer, por forças próprias, fazer terra arrasada todos os esforços em recintar minha vida.
Uma coisa por vez! Um dia só “por hoje”!
Assinar:
Postagens (Atom)