20.4.10

Sobre uma forma de amar...



Te amo!


Te amo com dor, te amo assim, com pronome ante do verbo e no início da frase, pois te amar não é certo.

Te amo como quem ama respirar, por que disso depende pra viver.

Te amo bem humanamente, sem nada de divino ou sobre-natural, te amo egoíticamente e não saberia dizer: "por que te amo te deixo ir"; definitivamente não, te amo como parte de mim.
Te amo com dor, com calor, com lágrimas e horror, com drama, sem rimas, doentiamente, superlativamente.

Te amo mais que a mim mesmo, e por isso, DOR.

Te amo, mas não te quero amar, te amo sem controle, sem pudores, de dando meu corpo, minha alma, se tivesse uma, seria tua, como tua é já toda a minha vontade.

Te amo ao desespero.

O pior do amor que sinto por ti e minha consciência do quão fora de controle ele o é.
O pior poderia ser a dor de saber não ser correspondido, mas como eu disse, sou louco e grito a insensata bravata do "eu amo por nós dois".

Tu és mina dor, e por isso, meu amor.

Um comentário:

  1. Fazendo minha visita mensal! rsrs

    Gostei muito de seu poema, e gostei mesmo. Mas aí pergunto: "estás apaixonado ou amando?!", pois se a resposta for negativa, o poema mais valorizado se torna... Não sei a justificativa, mas me lembrei e senti muito de " Se se morre de amor" de Gonçalves Dias...

    Se se morre de amor! — Não, não se morre,

    Quando é fascinação que nos surpreende

    De ruidoso sarau entre os festejos;

    Quando luzes, calor, orquestra e flores.


    Assomos de prazer nos raiam n'alma,

    Que embelezada e solta em tal ambiente

    No que ouve, e no que vê prazer alcança! ...


    Amor é vida; é ter constantemente

    Alma, sentidos, coração

    — abertos Ao grande, ao belo;

    é ser capaz d'extremos.


    D'altas virtudes, até capaz de crimes!

    Compr'ender o infinito, a imensidade,

    E a natureza e Deus; gostar dos campos,

    D'aves, flores, murmúrios solitários;


    Buscar tristeza, a soledade, o ermo,

    E ter o coração em riso e festa;

    E à branda festa, ao riso da nossa alma

    Fontes de pranto intercalar sem custo;


    Conhecer o prazer e a desventura

    No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto

    O ditoso, o misérrimo dos entes;

    Isso é amor, e desse amor se morre!

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Escreve ai vai!!!