10.12.11

Sobre preferências...
















Prólogo
Adoro café, gosto de todos os prazeres que ele me dá, desde o calor da xícara em minhas mãos, o tilintar da colherzinha mexendo e tocando as bordas da xícara, a aparência fumegante que tem um bom expresso, passando pelo perfume que sinto quando vou chegando a bebida próxima à minha boca e ter o orgásmico momento de sorver a primeira espuma com um pouco de café quente... as variações com leite (sempre em menor quantidade que café) ou outros parceiros, são ótimas também...

No momento estou em Rio Branco, no Acre... Um lugar lindo, uma cidade jeitosa e cheia de charme, mas onde não encontro café - só no hotel pela manhã, e café daqueles feitos aos litros...

Diálogo insólito:
Entrei em um lugar que se chama "Café da Floresta", aqui em Rio Branco. Estava quase em síndrome de abstinência e peço:

- Um expresso, por favo! - afinal, chama-se café da floresta, ora pois!
A atendente:
- O senhor que um café?
Fiquei tão feliz... ela não perguntou o que era - meu preconceito - sabia que eu queria café.
- Sim moça, um café grande... afinal, eu tinha que descontar.
- Só tem de garrafa!?
Minhas esperanças minguaram, mas ainda assim seria café.
- Então traga, mas sem açúcar, por favor...

A moça volta com minha xícara de café e olho pra cara dele e já não gosto, mas tem uma porrada de gente que eu nunca gostei da cara e depois acabei descobrindo que eram gente boa, se me permitem a comparação esdrúxula... e, no fim das contas, eu tomaria quase qualquer café na minha vida...
Pego na xícara e ela está fria e quando provo o café, DOCE (se é uma coisa na minha vida que não deve ser doce, é meu café... espero que minhas professoras sejam doces - eu preciso desta doçura - minha mãe é doce, minha sobrinha novinha em folha, é um doce, mas meu café NÃO)...

Desapontado, mas incorrigívelmente otimista, como o são os viciados com seus vícios, chamo a atendente....

- Moça, moça, por favor, pode trocar meu café, ela está frio e doce, eu quero sem açúcar...
E aqui o diálogo chega no insólito.

- Ela só colocou um pouquinho, afinal, ninguém toma café amargo - me olhando com condescendência.

- Eu quero amargo, amargo, sem nada de açúcar, e quente... eu ainda estava rindo.

A moça pergunta:

- Sem leite também, amargo mesmo?

- Sim! (eu já não ria mais).

- Mas por que? Ela perguntou, sem condescendência e com quase dó de mim...
- Obrigado! Não quero mais.


Moral da História... se você tem preferências não usuais, ou que vão de encontro ao que "todo mundo" gosta, carregue sua preferência com você...

Um comentário:

  1. Ney, me identifiquei tanto com essa história!

    A primeira coisa que avalio em uma cidade é: quantas padarias vendem café expresso?
    A segunda coisa: quanto as pessoas estranham quando peço meu café sem açúcar?

    Aqui em São Carlos, todo lugar tem café expresso e todo mundo acha normal que eu prefira amargo. Nunca me causa problemas.
    Mas basta andar 100 km em direção ao norte e ninguém entende minha preferência, então tenho que travar longos diálogos para conseguir uma mísera xícara de café sem açúcar.

    Confesso que essa é uma das razões de eu estar em São Carlos há tantos anos.

    Beijo.

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Escreve ai vai!!!