Pegar um avião direto pra Santiago... chegando lá, antes mesmo de pensar em como a cidade é linda, buscar um trem, ônibus ou qualquer que seja o meio de transporte, para descer em direção sul. Tentar chegar o mais ao sul possível, na Patagônia chilena ou mesmo, decidir atravessar a fronteira rumo à Terra do Fogo argentina... Olhar para as montanhas, buscar uma conversa entrecortada com alguém, usando todo o resquício de espanhol que me resta. Acordar tarde e, morrendo de frio, tomar um daqueles cafés que invariavelmente queimam a língua.
Depois de alguns dias, subir novamente em direção ao norte do Chile, buscando Santiago, que será só um ponto de partida para lavar algumas roupas e novamente pôr-se em marcha rumo ao deserto do Atacama e depois, rumo a Bolívia. La Paz e sua altitude (suspiros); e depois do litoral peruano, Bogotá, Cartagena, Quito, uma tentativa de Caribe até que, 1 mês depois de chegar a Santiago, chego a Caracas... Esses são os planos que não vou mais fazer...
Adoro saber o daqui a pouco... não sou o tipo de pessoa que esperar surpresas, na verdade, meus amores sabem que não gosto de surpresas. Muitas vezes já pedi que me dissessem o fim de um livro ou de um filme (eu sempre prefiro os finais felizes). Gosto de panejar minha vida, faço listas, arrumo a mala até uma semana antes de viajar e por ai vai. Isso não é sinal de organização, ao contrário, sou uma bagunça de gente... sou dos que esquece horários, pega ônibus errado, minhas listas e minha vontade de planejar, são uma tentativa de não sucumbir ao meus próprio caos.
Hoje estou vomitado (nem quente, nem frio, morno, e portanto, vomitado), não consigo planejar pela insegurança de não dar conta do que tenho de urgente. Queria sair correndo, queria sair pra comprar açaí e não mais voltar (uma carteira de cigarro não seria uma justificativa): mas isso seria o cúmulo do desespero - morar sozinho e deixar um bilhete.
Bem... sabendo-me solitário, vou-me ao encontro de mim mesmo...
26.1.13
22.1.13
Sobre a paralisia que se escolhe...
Antes de mais nada, que fique claro, sou um procrastinador! Sou contumaz nesta arte (palavras bonitas pra um vício devastador). Não aprendo a escolher prioridades, deixo pra última hora, sou capaz de dobrar todas as minhas cuecas e organizá-las por cor, tamanho, marca e tecido, mas não consigo organizar os livros e textos vários que devo ler. Minha capacidade de distração é absurda: que os infernos levem pra longe de mim todas as redes sociais e que o youtube saia do ar.
Sou bom escrevendo (não me julguem por este texto, ou por este blogue - ou o façam com parcimônia), contudo, por motivos que só Freud, ou nem ele, poderia explicar, não escrevo minha dissertação. Penso nas coisas mais variadas, de viagens espaciais à consistência ideal para claras em neve, menos nos argumentos que, dentro de pouco menos de um mês, deverei defender diante de uma banca. Sou capaz de listar todos os países europeus, com suas capitais, mas não faço idéia do que quero concluir com mais de 1 ano de pesquisas.
Antes, digo a menos de 1 semana, o pânico apoderava-se de meu coração e dias negros anunciavam-se, mas agora fui invadido por algum cinismo que, não só ameniza o pânico, embriaga-me com algum tipo de esperança. Não sou capaz, dentro da bagunça que sou, de decidir o que fazer e quando fazer, mas tenho esperança - será isso sinal de alguma loucura latente?
Espero, em breve tempo, ter algo LINDO a dizer, mas por hora, só penso que rezar não é uma possibilidade!
Sou bom escrevendo (não me julguem por este texto, ou por este blogue - ou o façam com parcimônia), contudo, por motivos que só Freud, ou nem ele, poderia explicar, não escrevo minha dissertação. Penso nas coisas mais variadas, de viagens espaciais à consistência ideal para claras em neve, menos nos argumentos que, dentro de pouco menos de um mês, deverei defender diante de uma banca. Sou capaz de listar todos os países europeus, com suas capitais, mas não faço idéia do que quero concluir com mais de 1 ano de pesquisas.
Antes, digo a menos de 1 semana, o pânico apoderava-se de meu coração e dias negros anunciavam-se, mas agora fui invadido por algum cinismo que, não só ameniza o pânico, embriaga-me com algum tipo de esperança. Não sou capaz, dentro da bagunça que sou, de decidir o que fazer e quando fazer, mas tenho esperança - será isso sinal de alguma loucura latente?
Espero, em breve tempo, ter algo LINDO a dizer, mas por hora, só penso que rezar não é uma possibilidade!
14.1.13
Sobre saber-se machucado e seguir...
Doer faz parte de viver! Viemos ao mundo espremidos, empurrados por gritos de dor, gritamos e vivemos. Nada mais inerente à vida que a boa e hodierna dor. Contudo, não pretendo escrever uma ode à dor, não vou cantar as maravilhas da superação, pouco se me interessa que dores nos fazem crescer (algumas nos matam, assim, pura e simplemente!). Escrevo para falar das dores evitáveis...
Eu tenho duas cartas que jamais li (uma confissão); tenho certeza que o que está posto naquele amarelado papel são ofensas a mim (pois todos temos o santo direito de vez por outra na vida sermos filhos-da-puta, ou as pessoas tem todos o direito de nos achar assim). Essa dor, a dor de ler alguém que tem pouca importância pra mim hoje, mas que teve meu passado em suas mãos, eu evitei. Eu evito todas as que posso, pois a maioria delas, das dores da vida, eu simplesmente não posso fazer a menos que sofrê-las com galhardia, ou desbragadamente aos prantos.
Ninguém jamais conseguiu me esculhambar por telefone (um amor conseguiu gritar comigo, uma vez, ao telefone, mas causou-me um impacto tão grande que desde esse dia jamais consegui vê-la como um amor), é uma dor evitável. Eu não vejo filmes de terror, não olho fotos de não sei quem despedaçado ou dos animais sendo estripados não sei onde pra fazer não sei o que. Pra que, me pergunto, porque?! Não paro o carro diante de um acidente, a menos que minha ajuda seja necessária, não olho da janela um corpo estendido e evito os enterros como o Bolsonaro evita os gays.
Eu sei o que me machuca, o que faz meu espírito (posto que tenha um) estremecer; sei o que me faz M O R R E R (desse jeito, bem devagarinho), e, quando possível, evito estas dores... posso passar por covarde, e até negligênte, mas só eu sei de mim, só eu sei das dores que não sei evitar, daquelas que busco inconscientemente, daquelas que caem em mim sem aviso. Pra dar conta de todas as outras e não ficar insensível, evito as possíveis. E vou...
Agora mesmo, estou naquela fase M O R R E N D O, bem devagarinho, como se cada aspirada de ar que traz a certeza da vida, trouxesse junto punhais de dor. Eu permiti que me machucassem como poucas vezes, estou doendo, mas, deste jeito, com alguns sorrisos a menos, vou seguir!
Sinto dor, logo, existo!
P.S.: Pode ter ficado a pergunta: porque guardar as cartas, se elas não foram lidas? Eu as guardo porque calculo que um dia posso querer, por não ter mais nada pra fazer, sofrer esta dor evitada!
Eu tenho duas cartas que jamais li (uma confissão); tenho certeza que o que está posto naquele amarelado papel são ofensas a mim (pois todos temos o santo direito de vez por outra na vida sermos filhos-da-puta, ou as pessoas tem todos o direito de nos achar assim). Essa dor, a dor de ler alguém que tem pouca importância pra mim hoje, mas que teve meu passado em suas mãos, eu evitei. Eu evito todas as que posso, pois a maioria delas, das dores da vida, eu simplesmente não posso fazer a menos que sofrê-las com galhardia, ou desbragadamente aos prantos.
Ninguém jamais conseguiu me esculhambar por telefone (um amor conseguiu gritar comigo, uma vez, ao telefone, mas causou-me um impacto tão grande que desde esse dia jamais consegui vê-la como um amor), é uma dor evitável. Eu não vejo filmes de terror, não olho fotos de não sei quem despedaçado ou dos animais sendo estripados não sei onde pra fazer não sei o que. Pra que, me pergunto, porque?! Não paro o carro diante de um acidente, a menos que minha ajuda seja necessária, não olho da janela um corpo estendido e evito os enterros como o Bolsonaro evita os gays.
Eu sei o que me machuca, o que faz meu espírito (posto que tenha um) estremecer; sei o que me faz M O R R E R (desse jeito, bem devagarinho), e, quando possível, evito estas dores... posso passar por covarde, e até negligênte, mas só eu sei de mim, só eu sei das dores que não sei evitar, daquelas que busco inconscientemente, daquelas que caem em mim sem aviso. Pra dar conta de todas as outras e não ficar insensível, evito as possíveis. E vou...
Agora mesmo, estou naquela fase M O R R E N D O, bem devagarinho, como se cada aspirada de ar que traz a certeza da vida, trouxesse junto punhais de dor. Eu permiti que me machucassem como poucas vezes, estou doendo, mas, deste jeito, com alguns sorrisos a menos, vou seguir!
Sinto dor, logo, existo!
P.S.: Pode ter ficado a pergunta: porque guardar as cartas, se elas não foram lidas? Eu as guardo porque calculo que um dia posso querer, por não ter mais nada pra fazer, sofrer esta dor evitada!
11.1.13
Sobre a possibilidade de listar...
Listar é sempre uma possibilidade, e eis-me no início de
2013, listando ainda...
Não ei de voltar às listas anteriores, não vou dizer do muito
que não fiz e nem mesmo ater-me-ei à importância do pouco que dei cabo. A única
coisa velha nesta lista será minha intenção.
Para 2013, ano que muito me assusta, seja pelo volume de
coisa a fazer, que pela dor das eternas pendências, eu quero o novo! Eu desejo,
dentro do mar que tenho dentro de mim, força no mastro e confiança no timão.
Desejo que as velas, mesmo desgastadas pelos açoites dos muitos ventos, desejem
mais que brisas e não se assustem com tempestades. Desejo ainda, que o lastro
seja o costumeiro peso da experiência e que os porões, mesmo escuros, não sejam
ocupados pelas mágoas ou pelos arrependimentos. Quero que no convés, olhando
confiante para o mastro e as velas, estejam o sucesso e a competência.
Partindo da metáfora, desejo para o bom 2013, sucesso!
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