(...) Sabes, eu acho, hoje mais que ontem, que o sofrimento é pena solitária. Acho muito mesmo. Não importa o quanto digamos que somos capazes de compreender a dor de outrem, simplesmente não a compreendemos. Há momentos que dentro de mim ponho-me a rir quando ouço as frases: "eu sei pelo o que estas passando!" ou "compreendo tua dor!" ou ainda, "eu já passei por isso, sei como é, te compreendo"; todas estas frases são sem sentido.
Uma dor é sempre particular, podemos ter uma idéia, uma idéia que, se permitisse nossa vaidade, seria bem vaga e desfocada, da dor que o outro sente; mas, é improvável ter uma idéia precisa.
Contudo, doer sozinho é ruim, dói mais; mesmo sento impossível "compartilhar a dor", é legal ter alguém que nos impeça de morrer.
Muitas vezes, sem o saber, me impedistes de morrer. Me fizestes perceber que morrer, na maioria das vezes, nem era uma opção para parar de doer, mas para fazer doer aos outros a minha dor.
Minha dor maior é a solidão... a solidão é minha maior dor, como a inveja é meu maior pecado. Mas ao posto que a inveja não é uma escolha, a solidão na maioria das vezes o é. Escolho ficar só e justifico não querer pesar aos que me rodeiam, mas acho que escolho ficar só, para que os que me amam sintam-se abandonados por mim, como eu me sinto abandonado pelo mundo. É impressionante isso...
Eu queria que o mundo gritasse que me compreende, eu queria que o mundo, penalizado por minha situação, agisse, pois eu não consigo, não quero conseguir... eu queria entender a diferença entre o "não quero" e o "não consigo".
Querida, as coisas são claras na minha cabeça... são claras mesmo. Eu sei o que quero, sei o que seria necessário... mas nada faço...
Acho que recebo mais do que mereço, mas quero merecer mais.
Já te falei sobre minha incompetência em viver... pois sim, eu me convenço dela a cada dia. Sabes, todos devem ter certas competências, todos devem ter força para fazer algumas coisas imprescindíveis... essa força é inata, todos a temos, salvo em casos patológicos, e eu a uso para outros fins. A força natural que a vida me dá eu uso para ficar mal... (...)
Uma dor é sempre particular, podemos ter uma idéia, uma idéia que, se permitisse nossa vaidade, seria bem vaga e desfocada, da dor que o outro sente; mas, é improvável ter uma idéia precisa.
Contudo, doer sozinho é ruim, dói mais; mesmo sento impossível "compartilhar a dor", é legal ter alguém que nos impeça de morrer.
Muitas vezes, sem o saber, me impedistes de morrer. Me fizestes perceber que morrer, na maioria das vezes, nem era uma opção para parar de doer, mas para fazer doer aos outros a minha dor.
Minha dor maior é a solidão... a solidão é minha maior dor, como a inveja é meu maior pecado. Mas ao posto que a inveja não é uma escolha, a solidão na maioria das vezes o é. Escolho ficar só e justifico não querer pesar aos que me rodeiam, mas acho que escolho ficar só, para que os que me amam sintam-se abandonados por mim, como eu me sinto abandonado pelo mundo. É impressionante isso...
Eu queria que o mundo gritasse que me compreende, eu queria que o mundo, penalizado por minha situação, agisse, pois eu não consigo, não quero conseguir... eu queria entender a diferença entre o "não quero" e o "não consigo".
Querida, as coisas são claras na minha cabeça... são claras mesmo. Eu sei o que quero, sei o que seria necessário... mas nada faço...
Acho que recebo mais do que mereço, mas quero merecer mais.
Já te falei sobre minha incompetência em viver... pois sim, eu me convenço dela a cada dia. Sabes, todos devem ter certas competências, todos devem ter força para fazer algumas coisas imprescindíveis... essa força é inata, todos a temos, salvo em casos patológicos, e eu a uso para outros fins. A força natural que a vida me dá eu uso para ficar mal... (...)
alguem com uma dor de dente relatou a um amigo que estava sentido a pior dor do mundo. O amigo ponderou que existiam inúmeras dores pior que a dele e perguntou "por que achas que é a pior dor do mundo?". O amigo respondeu "porque é a minha".
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