31.12.09
Sobre perspectivas...
Em 2010:
Quero querer o possível, mas ter o coração aberto para o impossível;
Desejo o bem a todos os meus amores, mas vou trabalhar para o meu bem;
Farei mais que em 2009, mas sem frustração se parecer menos;
Quero desafios na minha medida, mas engenhosidade para diminuir desafios que pareçam muito grandes;
Quero rir muito, mas ter força e ombros pra chorar todas as vezes que for necessário;
Quero mais amor, mais amizade, mas só serve acompanhada de tolerância e verdade;
Quero reconciliação e a quero incondicional;
Desejo um emprego, salário adequado, cidade nova, menos calor e 10 kg a menos...
Quero, desejo... e haveremos de conseguir...
Pasta al buon sugo
Receita para mais de uma pessoa e menos de cinco (mais isso sempre depende)
Sugo, vulgo molho
* 10 tomates bem maduros, daqueles vermelhos que parecem com raiva (de qualquer forma tenta não usar aquele tomate que parece maçã, usa os compridos)
* 02 dentes de alho (bem grandes e que não deverão ser amassados em qualquer hipótese, nem mesmo se adorares gosto de alho ou se tua casa estiver sendo ataca por mortos vivos)
* Azeite extra virgem de oliva que cubra os dentes de alho na panela
* Sal (o sal é o vilão de qualquer receita, o vilão em absoluto, ele significa o túnel sem volta, depois de errar com ele tudo será só formas de remendar, de amenizar o erro, mas é fato: sem ele fica sem graça).
* Folhas de manjericão fresco que não devem ser lavados (esse molho só presta se tiver bastante manjericão, então se quem for comer não for afeito ao paraíso que o manjericão porta consigo, melhor fazer outra coisa)
* Parmigiano
* Um pacote de Pasta (500g) – comprar a massa favorita em um supermercado e só ficar atento para que seja grano duro e para que cozinhe o tempo descrito na embalagem ou 1 min a menos, jamais a mais.
Como se faz
Pegue uma panela na qual você confia, toda a massa deverá cozinhar em abundante água e que se for espaguete, ele não será quebrado. Leve ao fogo e espere ferver...
Enquanto isso, em uma frigideira alta, leve o azeite para aquecer com os dois dentes de alho, que por nada nesta vida serão esmagados. Quando estiver quente ponha os tomates que já foram cortados em pedaços bem pequenos e sem aquela parte que os ligam ao talo e logo o sal (mas lembre que ele é o vilão, necessário, mas sempre o vilão). Depois que levantar fervura esmague os tomates usando algum dos seus utensílios de cozinha, ainda em fogo médios, se tiver espremedor de batatas, fica melhor ainda pois dá pra tirar quase toda a pele... lembre, por caridade, de não esmagar o alho, que a essa hora já deveria até mesmo ter sido tirado e jogado fora.
Assim que a água estiver fervendo ponha sal e logo em seguida a massa e observe para que cozinhe só o necessário para ficar al dente. Desligue o fogo do molho assim que perceber que ele esta apurado e espere que a pasta fique cozida. Junte os dois e no fim ponha as folhas de manjericão e um bom e generoso de parmigiano ralado por cima. Sirva quente com um vinho tinto bom e barato, pois esse é um prato simples e se intimidaria com um bordeaux, mas se ofenderia diante de vinho doce escroto.
Buon appetito
30.12.09
Sobre as possibilidades de felicidade da Raposa
Sentir-se "eternamente" responsável por seus amores esta inversamente proporcional à possibilidade de ser feliz?
Sobre dias cinzas e almas opocas...
Contemplo o cinza destes dias de Belém como alguém pouco afeito ao colorido do fim de ano, não com tristeza, mas com lucidez. Mas isso é estado de alma, uma alma opaca não tem a dizer às cores com que a vida deseja pintar a existência. Só sonhos, e seus tons pastéis, podem mudar algo em uma alma opaca.
29.12.09
Sobre a vilania da raposa e a presunção de inocência do Príncipe
Sobre a Raposa e o Príncipezinho I
E ai me perguntaram para o que estou pronto? E lhes explico a seguir...
Sabem, sou um bom amigo, sou daquelas pessoas que liga, se importa, escreve, lembra (menos de aniversários), faz questão (mesmo sendo possível que alguns digam que isso não é de todo verdade)! Sempre achei-me, e disse a muitos, responsável por aqueles a quem cativei, responsável por aqueles a quem disse "te amo"! Li a muitos anos, de não lembrar quando, o célebre diálogo do pequeno Príncipe cabelos dourados e da raposa amante de galinhas, li e tomei como exemplo a ser aplicado na vida. Mas perdi nos últimos dois anos 2 pessoas que me eram únicas e por quem eu sou responsável. Perdi duas pessoas que muito me amavam (não tenho, infelizmente, como por este verbo no presente). E passei a refletir se havia algo de errado sobre a forma como AMO!
Eu amo e quero ser amado como a raposa e o que há de errado nisso? Posso ser o vilão da estória por me sentir responsável por aqueles que cativo? Bem, refletindo, acho que não... e percebo o erro agora!
O que eu sou, a forma como amo, é minha, é particular... a Raposa não deu escolha ao Príncipezinho, ela disse como o amaria e disse que ele deveria fazer o mesmo. Mas atenção, ela não exigiu dele o amor, ela não o pressionou... e como é uma metáfora pra a vida, não é ilícito querer ser amado como único, mas exigir esse amor pode ser uma prisão aos outros.
Ainda vou continuar me sentindo responsável por meus amores, e possivelmente vou sofrer, pois sou meio Raposa e bem menos Rosa...
28.12.09
Projeto mais um dia...
O tratado vai mudar... na verdade, continuará pleno de devaneios, e menos propenso a idéias...
um devaneio por dia...
O devaneio de hoje diz respeito à possibilidade de não ser entendido, compreendido, aceito.
Ser aceito tem sido o desafio de todos os homens em todas as civilizações em todos os tempos. Fazer parte, ter o sentido de pertença faz toda a diferença na forma como conduziremos nossas vidas. Alguns escolhem ser aceitos pelas minorias e tornar-se minoria, para assim auto-afirmar-se e ter identidade. Alguns nascem minoria e querem ser maioria e deixam a idéia da identidade para os outros.
Este devaneio me tem feito impressão depois de algumas discussões onde fui chamado de anti-Lula e reacionário e até mesmo (eu pasmo) de direitista. O fato é que isso me deixou profundamente impressionado, pois sempre achei-me do lado de lá... ou seja, construí minha identidade como minoria e agora sou enquadrado em uma espécie de maioria...
O que isso significa?
7.12.09
Sobre a possibilidade...
Viver muitas vezes dói... mas viver dá prazer, viver desperta desejos e anseios, viver ainda é A opção.
Antes de mim não lembro de mais ninguém dizer que viver dói, mas é possível que minha expressão não seja inédita, mas o que ela significa é uma singularidade que será sempre inédita do meu ponto de vista.
Mas não quero falar da dor de viver, mas das possibilidades que isso oferece: é só vivendo que podemos aprender aquela receita nova que na revista sempre parece mais legal, mas que com “nosso toque” virará assunto na próxima roda de conversas; vivendo podemos rir novamente quando o Kiko diz “mamãe querida, meu coração por ti bate como um caroço de abacate”; é vivendo que descobrimos que nossos sonhos são mais caros do que podemos pagar, mas que isso não os fazem deixar de ser menos legais de sonhar; vivendo podemos ouvir de um amigo que mesmo sendo chato, seremos sempre amigos; vivendo agente pode ser atropelado e ficar puto mais porque rasgou o jeans novo que pelo atropelamento em si, mas depois percebe que continuamos com a possibilidade de comprar um jeans novo.
Percebo a urgência da morte, a Ana diz até que a morte é a apoteose da vida, mas é na vida que as possibilidades se abrigam. Então... vou viver...
P.S. Não estou dizendo que morrer não é uma possibilidade ou que é fácil viver... na verdade viver é o contrário da facilidade!
Sobre os que decidem... e os que escutam...
Acho que todos nós, os 7 bilhões, temos que fazer escolhas individuais para salvar nossos planeta. Nossas democracias ainda não nos fazem partícipes das decisões de nossos governos. Estou discrente sobre o fim que teremos e a importância desta conferencia...
6.12.09
Porque a vida é bem mais que um resumo...
sempre penso na minha vida como um resumo, mesmo se muito passou, não obstante todas as histórias, para além de tudo, me vem à cabeça somente o resumo. E isso é estranho porque minha natureza é prolixa; não sou um afeito às simplificações, apto aos curtas, não sou de resumos.
No resumo as coisas não parecem chatas, as coisas ruins são só ruins, mas não chatas e as boas, são ótimas nos resumos, pois na integra mesmo as coisas boas passaram antes pela monotonia de vida como ela é.
Mostro as coisas em resumo principalmente para me convencer que elas foram rápidas, principalmente as dores, que foram rápidas e que deixaram só as marcas. Mostrar a vida sempre em resumo oferece um risco absurdo, o risco de parecer, ou fazer parecer, tudo demasiado banal. E no fim das contas a vida, de uma bactéria que seja, é tudo menos banal.
Estou cá a pensar em todos os resumos de minha existência: resumo meus amigos àqueles que estão próximos ou com quem mantenho contato periódico, e essa minimização não é mais que absurda, visto que tantos passaram e passaram pela minha existência; resumo minhas habilidades a ler, escrever e falar, nada mais distante da realidade: quem faz um brigadeiro de panela como o meu? Quantas pessoas conseguem fazer carne moída junto com soja desidrata como eu faço? E o que dizer de minha capacidade com relação os mistos quentes?
A vida definitivamente não pode ser encarada de forma resumida, mesmo com as chatices, ela tem que ser encarada na integra...
Esse é meu propósito só por hoje...