6.12.09

Porque a vida é bem mais que um resumo...


sempre penso na minha vida como um resumo, mesmo se muito passou, não obstante todas as histórias, para além de tudo, me vem à cabeça somente o resumo. E isso é estranho porque minha natureza é prolixa; não sou um afeito às simplificações, apto aos curtas, não sou de resumos.

No resumo as coisas não parecem chatas, as coisas ruins são só ruins, mas não chatas e as boas, são ótimas nos resumos, pois na integra mesmo as coisas boas passaram antes pela monotonia de vida como ela é.

Mostro as coisas em resumo principalmente para me convencer que elas foram rápidas, principalmente as dores, que foram rápidas e que deixaram só as marcas. Mostrar a vida sempre em resumo oferece um risco absurdo, o risco de parecer, ou fazer parecer, tudo demasiado banal. E no fim das contas a vida, de uma bactéria que seja, é tudo menos banal.

Estou cá a pensar em todos os resumos de minha existência: resumo meus amigos àqueles que estão próximos ou com quem mantenho contato periódico, e essa minimização não é mais que absurda, visto que tantos passaram e passaram pela minha existência; resumo minhas habilidades a ler, escrever e falar, nada mais distante da realidade: quem faz um brigadeiro de panela como o meu? Quantas pessoas conseguem fazer carne moída junto com soja desidrata como eu faço? E o que dizer de minha capacidade com relação os mistos quentes?

A vida definitivamente não pode ser encarada de forma resumida, mesmo com as chatices, ela tem que ser encarada na integra...


Esse é meu propósito só por hoje...

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