20.1.10

Sobre ter planos...


Eu tenho planos desde que me lembro; agora mesmo tenho um plano de dominação do mundo que esta a consumir-me os dias. Ter planos é essencial, mais que realizar os planos que se tem (atenção, isso digo-lo eu sem pedir aprovação outrem). Ter projetos futuros, de longo, médio ou curto prazo, é uma medida de manutenção de sanidade, ao menos em nosso mundo enfermo. Não entendo os que acordam todos os dias e todos os dias prestam-se somente ao dia, os invejo, pois tendo a invejar a ignorância, mas não os entendo. Mais que isso, não lhes acredito.
Planos, para o bem ou mal, movem almas e dão sentindo a vazios. Contudo, mesmo os tendo em alta conta, vejo uma singularidade funesta nos planos que me são vizinhos: eles dependem de convidados especiais. Essa dependência por si seria já trágica, mas fica ainda pior quando vos digo que os convivas nem fazem a pálida idéia de sua necessária participação.
Planos devem ser individuais, não posso contudo impedir que outros tenham o mesmo plano que eu, mas as ações devem partir do sujeito único e talvez, pois não há regra neste tipo de relação, juntar-se harmoniosamente dando resultado uno. Em miúdos, devo fazer por mim, sem esperar pelo outro, mas se o outro resolver que me ajudar lhe ajuda de alguma forma, que o faça, sem garantias que essa ajuda dá-se pela verdade; dando-se pela verdade, que meu ato, individual, junto com outro ato único, viram um ato conjunto com efeito benéfico sobre mim mas não necessariamente sobre meu amigo ajudante.

Planos, projetos, sonhos... palavras que tendem a nos jogar no mesmo vagar descuidado, mas que nos dão aquele bom gosto de viver nestas plagas onde galeja ignorância e a aridez é consoante com as almas pouco dadas à justa generosidade.

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