28.1.10

Sobre uma noite em claro...


Tive todos os pesadelos do mundo, me senti andando com fred ou correndo com jason. Acho até que fui apalpado pelo michael ou brinquei, e perdi, de war com o bush. Estou me sentindo, emocionalmente, como um Haiti pós terremoto. Meus desejos vagueiam em direção ao nada, tenho fome e sede, mesmo que minha fome e minha sede sejam metáforas bestas pra dizer que faltam-me coisas além das necessidades justas para sobreviver.

A idéia de perdido igual a filho de puta em dia dos pais, usual para uma amiga, pode descrever como sinto minha "alma". Contudo, há um que de refinada na dor que me perpassa o espírito; como se ela tivesse uma recusa em ser só dor, ela, a dor, prefere ser agonia, inquietação, angustia. Minha dor, que prefere usar do artifício melindroso de não permitir uma noite dormida, gosta de saber-se vista, contemplada, não adolorada e esquecida, sublimada, ela, a bendita dor, prefere a apoteose, a ribalta de minha confusão lhe apraz e eu que fique na cochia a contemplá-la.

Acho, e é um achar despretensioso, que minha dor existe apesar de mim (eu não explicaria isso nem para ninguém); doer é uma condição da existência, mas é uma condição secundária se comparada à necessidade de amar, de respeitar e até de dançar (gente que não dança faz a dor de existir ficar carrancuda e propensa ao mal humor, não gosto disso).

Não faço um lamento pela dor de não ter dormido (acho mesmo que nem foi dor doída), não dormir é mal de almas inquietas ou de barrigas demasiado cheias (ontem eu me encaixava nas duas categorias), meu lamento, se é que lamento é, esta sendo pelo turbilhão de sentimentos que acodem minha consciência agora.

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