10.12.10

Por essa e por outras sou um otimista...

Portaria do INSS torna definitiva regra que reconhece pensão em união gay

http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/12/portaria-do-inss-torna-definitiva-regra-que-reconhece-pensao-em-uniao-gay.html

Campanha em ônibus diz que Deus não existe


http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/843807-campanha-em-onibus-diz-que-deus-nao-existe.shtml

9.10.10

Sobre chorar...

Muitas coisas me fazem chorar, sou um que chora...

Mas chorar por dor de saudade é, sem palavras, demasiado ruim, mas com gosto bom, pois importa! Hoje me sinto só, sinto-me distante, e distância dói! Queria muito um abraço amigo pra sentir que vale a pena... ou que vai valer a pena... Hoje o ar ao meu redor parece mais espesso, come se o pudesse cortar em forma de tijolos, e sobre meu peito um aperto semelhante a uma pisada de protesto.

Sinto uma tal dor de saudade, acompanhada da angústia de saber que não tenho que voltar, que não devo voltar, que não conseguiria voltar. Queria ouvir, agora, todos os consolos, receber todos os conselhos... mesmo se sei o que fazer.

Hoje choro, hoje o pranto tira o sentido, mas sei que é só hoje, talvez amanhã e depois, mas não sempre. Por que dor de saudade é assim, é suportável por que não é pra sempre... saudade tem fim em si mesma, posto que sente-se saudade do que se ama, mas sempre é possível amar outras coisas.

Minha Belém, minhas tias, meus amigos, amores de ontem e de hoje... que sejam sempre!

Uma tradução de mim...

Por Paulinho Tamer

Tudo em mim explode
Meu complexo
Meu simplificado

Tudo em mim se traveste no mais desejoso anseio pelo igual
Eu não me reconheço em meio aos meus semelhantes.
Meus pensamentos sempre confusos
Meu corpo sempre leviano
Meu âmago sempre vazio
Meu rosto nunca triste
Meu sorriso sempre sarcástico
Minhas letras sempre mentirosas
Minha poética aflorada em razão
Meus sentimentos possuídos pela tolice de não sentir

Eu sou o oco do nada
O vácuo do vazio
O marrom seco
O contratempo silencioso
A ausência de nota entre notas.

Me sinto na maior parte do tempo incapaz de sentir
Mas sou um eterno apaixonado
Tudo que toco
Tudo que me apaixono
Se esvai na tremedeira das poesias
Não me queixo
Bendita fonte de renovação

Sinto por fugacidade
Por leviandade
Mas sinto
As vezes sinto
As vezes não

Sinto que sei
Sinto que sou
Sinto que faço
Sinto que mexo
Sinto que sei que não sou

Tudo o que em mim está hoje
Esfumaça e se dispersa na eternidade do tempo

23.8.10

Sobre Lar...

O que se nos passa no coração quando sentimos saudade? Minha amiga acabou de sair do meu quarto dizendo que queria ir pra casa... mas ela mora aqui, ela faz parte desta casa... ou melhor dizendo, ela ESTA nesta casa, mas faz parte de outra.

É isso mesmo, não importa onde estamos, buscamos sempre o lugar onde “somos”? Esse dualismo entre estarmos e sermos, quando nos referimos a lar, é relevante para nossa idéia de felicidade?

Há anos que não me sinto parte de nada, sempre estou em algum lugar, fazendo alguma coisa, sempre com alguém, com alguéns... nunca fazendo parte... sempre estou e nunca sou LAR. Essa nunca havia sido uma questão para mim, mas hoje, com a Silvana dizendo sentir saudade de casa (estando em casa) me fez perceber que eu não tenho saudade de lar algum, nem em tempo algum. Fazem-me falta, daquelas faltas de trazem consigo dor, uma porção de pessoas: minhas tias, cada uma delas, suas manias e risadas, seus choros e conselhos; minha mãe e seu sufocante abraço e seu beijo de minha mãe; a Ana e sua despretensão em nossa relação, a Ana Paula e sua grosseria amorosa, a Angélica e seu mundo encantado de realidades, o Paulinho e sua idéia de confraria, o Pedro e seus questionamentos metafísicos, o Victor e seus “ciao Neyyyyy”, a Lalá e sua curiosa argúcia, tantos que me fazem uma falta doída, mas nenhum lar, nenhuma casa, não consigo visualizar um lugar do aconchego para onde eu quisesse voltar.

Terei algum lar? Ou melhor, farei parte de algum lar para onde eu queira voltar?

Essa, que antes não era uma questão, hoje pesa-me sobre a cabeça.

20.8.10

Sobre dias e dias...


Há dias pra tudo na vida... há aquele dia em que não importam os comentários alheios, nos sentimos simplesmente fabulosos. O espelho nos brinda com um sorriso e nosso cabelo, por alguma intervenção cósmica, fica do jeito que queremos; nestes dias gloriosos sentimos aquela estranha vontade de dizer bom dia a todos e todos os clichês dos pássaros cantando, flores desabrochando parecem possibilidades e nos sentimos em um musical Disney.

Mas há o dia em que o espelho se embaça com nosso respirar triste, nosso cabelo resolve fazer parte do cast de Mad Max; o sol traz desconforto e as flores, se desabrocharem, nos faz espirrar e o canto dos pássaros parece só mais um dos muitos barulhos que temos que suportar.

Dias felizes nos dão tudo, mas são os dias tristes que são poéticos.

Em dias de luz eu não me dou muito ao desconforto de pensar sobre TUDO, as coisas deixam de ser QUESTÕES e, de certa forma, basto a mim mesmo. Contudo, devo confessar, com certa hesitação, que prefiro os dias tristes poéticos. Onde tudo é uma questão!

Há tempos que não sinto um bom dia triste, pois, quisera os dias se alternassem em tristes e felizes; entre dias tristes e felizes existem os dias aborrecidos, enorme maioria, onde nem paciência de olhar espelho eu tenho e tenho vontade de atirar em pássaros e pisar em flores. Dias aborrecidos são, em geral, ensolarados, pois nada como o calor para aborrecer.

Dias tristes, felizes, aborrecidos... muitas formas de encararmos situações, pois eles podem ser só chatos, desequilibrados, deprimentes (diferentes dos tristes), insuportáveis... dias são assim, reflexos de nossa percepção... ao menos é o que percebo comigo! Hoje o dia amanheceu triste, e por isso poético, mas se encaminhou para aborrecido. Espero terminá-lo entre o feliz e o triste.

Desse jeito... assim mesmo!


*a tirinha é do site http://www.umsabadoqualquer.com/

9.8.10

Sobre tempos novos...

Mudar é um risco, mudar comporta em si a possibilidade do "não dar certo" e ainda do "se dar mal". Mas, em proporções distintas, carrega consigo a possibilidade do TUDO novo.

Vivo um período de enorme mudanças: novo lugar, novos trabalhos, novas responsabilidades, novos ares, casa nova e amigos novos...

Sobre novos amigos cabe uma reflexão, que motivou este post...
Novos amigos não apagam Velhos amigos; na verdade, a novidade nos faz recordar do costumeiro, trás a saudade de outrora e a dor da distância. Amigos novos, são sempre amigos, são o que colorem a vida e a fazem, tantas vezes, valer a pena. Amigos de hoje nos ajudam a viver hoje, sem grandes preocupações com o amanhã, mas com o conforto do ter amigo.

Aos amigos de ontem, àqueles que sempre estiveram, gente que me fez o que sou, à esses, meu sempre amor... minha sempre confidência, minha gratidão, minha vontade do abraço confortável e do terno aperto de mão... aos bons e velhos amigos, meu coração sempre aberto, meu riso e meu choro, meu eu...

Aos amigos de hoje, minha vontade de estar sempre entre vós, minha determinação em criar laços, meu querer colorir o cinza que se apresentar... meu riso sincero e minha acolhida.

26.7.10

Sobre pequenas grandes coisas...

A falta de movimento prediz a morte, o estático é maldição para o que pulsa em vida; e, depois de constatar essa lei universal, percebo que estou vivo e em constante movimento, constato que rumo, me dirijo sempre a alguma parte, em busca de algo, perto dalguéns... o mover-me, hoje, me esta bastando... valorizo a alegria da pequenez, pois alegria são coisas pequenas para as quais damos grandes importâncias.

Não recordo de ter, em anos escrevendo por estas bandas, querer tanto dizer do pequeno que grande faço... mas, depois de sentir a leveza do mundo, pois leve nos faz o amor, sobre as costas, e com o músculo cardíaco não se contendo por achar-se preso na caixa torácica, aliviado como o viandante que encontra pouso, cá estou para relacionar o pequeno (que grande faço) que tanta saudade comporta:

1 – Adoro comer o miolo do pão que ela não come;

2 – Amo seu riso aberto e seu coração escancarado;

3 – O prazer do café-com-leite com pão do líder, manteiga aviação e a sua companhia;

4 – Nosso passeio puxando (e puxados) o Nestor que insiste em fazer o terceiro cocô;

5 – Nossas idas a Benevides com cabelos esvoaçantes ou curtindo o ar condicionado em um dia quente (e a parada pra comprar na Japonesa);

6 – Nossas partidas de canastra, principalmente as que eu ganho rss (coisa que acontece bem pouco);

7 – Nossa não vontade de sair (e a improvisada massa, e vinho, e tudo o que isso comporta, independente da ordem);

8 – Vatapá com pimenta e farinha de Bragança;

9 – Nossos papos longos e interrompidos, sem finais, mas com muito significado...

A felicidade pode ser feita de coisas realmente pequena...

P.S.: Não vou passar de nove, por que 10 deixa de ser pequeno...

27.6.10

Sobre o que esperar...


É fato, e meu fato é arbitrário, há quem não mereça fazer peso no planeta azulzinho. Há quem se entende na vida como obstáculo à vida alheia e faz disso razão de ser, forma de viver, objetivo de vida. Pensando em gente do lado negro da força, eu indago: o que nos é permitido esperar das situações, e dos outros??? Nossa condição humana é essa, a de eterna atesa?
A espera é estranha em sua necessidade. Temos que esperar em tantas situações e temos que nos obrigar a esperar de tantos que esquecemos que esperam de nós na mesma medida. Esquecemos que em alguns momentos não nos serve esperar.

A angustia da espera, daquilo que percebo, é diretamente proporcional à nossa capacidade de entender o mundo que nos cerca, e nessa buscar por entender, quanto mais experiente, menos angustia e mais serenidade.

Nestes dias em que o fim do mundo é meu lar, esforço-me para esperar só o que cabe no mundo do possível e do provável... não vou perseguir potes de ouro escondidos no fim do arco-íris, nem vou imaginar nada no fim do arco de íris. E das pessoas, da humanidade que me cerca, quero esperar na medida que me dou, ou nada esperar e me surpreender.

17.6.10

Sobre mudar...


Devo fazer confissões, e digo de pronto: estou sóbrio...

Continuo mudando, se penso no aforisma do homem que não pode tomar banho duas vezes no mesmo rio, pois seja o rio que o homem não serão mais os mesmo, me sinto mais rio que homem. Sinto-me Rio à medida que este vai em frente, dá-se a navegar, escava seu leito, sempre adiante, sempre rumo ao desague... e no desague meu Rio é mais delta que estuário.

Estou adorando essa sensação de ir... rumar... e nunca me sentir o mesmo...

Enquanto Rio, sou um que carrega muito consigo, sou uma espécie de Madeira, levando muitos sedimentos; levo os sedimentos e faço meu leito... não estou conseguindo definir minhas margens, sinto-me caudaloso, em cheia plena, mas que por algum motivo, não chego ao delta, mas me recuso a ser afluente.

Mudar tem sido bom e para o bem, mudar tem sido a garantia de ar novo, de formas novas de dia a dia perceber que o Rio não é o mesmo e amá-lo exatamente por isso. Eu havia acostumado com a idéia de querer ser Rio de águas cristalinas, com margens definidas e com vazão controlada, mas isso nada tinha de real... e agora, eis-me.

Outro dia, falando com o Fernando por telefone, ele disse que ficava contente de me ouvir dizer o que eu estava dizendo; mas não é esse o ponto, o ponto é: eu mudei, e continuo a mudar, e mais contente ainda fiquei em falar da minha vida daquela maneira. Encarando com felicidade as mudanças e sem "mas", sem o costumeiro jeito Ney de "e como se não bastasse". Outro ponto é: mesmo mudando sou sempre EU, ainda sou o Ney do "e como se não bastasse", mas posso ser muitos em mim...

Então, um brinde a mudança e um "vira" ao aceitar as mudanças...

4.6.10

Sobre a reflexão atual

"E que se eu só escutava somente o silêncio era porque ainda não estava acostumado com o silêncio; talvez porque minha cabeça viesse cheia de ruídos e vozes”. A frase, mesmo se parece, não é de um esquizofrênico, é do Juan Rulfo, no seu Pedro Páramo e reflete um pouco minha reflexão sobre meu atual momento em que me acostumo ao silêncio... não consigo ainda ponderar sobre se gosto ou menos, mas posso fazer comparação e dizer que prefiro ao barulho (mas barulho no bom sentido... se é que existe).

Sou, e me convenço disso dia a dia, um elucubrador, um inveterado, até contumaz, sonhador; houvesse uma competição para devaneadores, seguramente um posto no pódio me seria seguro. Este meu “estado” de ser não me esta agora... encontro-me onde devaneios não me são permitidos, elucubradores são rechaçados como portadores da praga hanseníaca no medievo. Aqui sou um “prático”, um, pasmem amigos, “que age e depois pensa”. Os açoites da vida me estão tirando parte da carapaça que com esmero, fui construindo ao longo de anos. Há que se dizer que fui hábil em eregir as muralhas que me empatam o “dar certo”, e que, possível também, os açoites não consigam por tudo por terra; mas sinto a brisa que vem dos buracos feitos e, mesmo com algum temor, aprecio o frescor. Espero, em algum tempo, querer, por forças próprias, fazer terra arrasada todos os esforços em recintar minha vida.

Uma coisa por vez! Um dia só “por hoje”!

20.4.10

Sobre uma forma de amar...



Te amo!


Te amo com dor, te amo assim, com pronome ante do verbo e no início da frase, pois te amar não é certo.

Te amo como quem ama respirar, por que disso depende pra viver.

Te amo bem humanamente, sem nada de divino ou sobre-natural, te amo egoíticamente e não saberia dizer: "por que te amo te deixo ir"; definitivamente não, te amo como parte de mim.
Te amo com dor, com calor, com lágrimas e horror, com drama, sem rimas, doentiamente, superlativamente.

Te amo mais que a mim mesmo, e por isso, DOR.

Te amo, mas não te quero amar, te amo sem controle, sem pudores, de dando meu corpo, minha alma, se tivesse uma, seria tua, como tua é já toda a minha vontade.

Te amo ao desespero.

O pior do amor que sinto por ti e minha consciência do quão fora de controle ele o é.
O pior poderia ser a dor de saber não ser correspondido, mas como eu disse, sou louco e grito a insensata bravata do "eu amo por nós dois".

Tu és mina dor, e por isso, meu amor.

12.4.10

Sobre o Fernando...


Para falar do Fernando eu preciso admitir algumas coisas bem pessoais; preciso dizer que não acredito no sobrenatural - inclua nesta descrença milagres de todas as sortes ou intervenções mágicas depois de preces; preciso dizer que não tenho medo de dentista; sou social-democrata por conveniência - e anarquista por convicção; não sou um otimista nato e vejo filmes "liiindos"!

O meu amigo Fernando acredita no "se deus quiser" (e eu acredito no Fernando!), logo, ele crê no sobrenatural; o Fernando é um dentista que pode meter medo; nunca vi meu amigo discutir política e duvido muito que seja um assunto que lhe esteja no coração; o Fernando não é um otimista, ao menos naquilo que percebo dele, mas seu pragmatismo é sempre OTIMISTA e para o Fernando se um filme for descrito como "liiindo", ele possívelmente não merece ser visto, filme bom tem que ter explosão, efeitos e aventura.

Não somos parecidos e temos bem poucas coisas em comum, mas temos uma coisa que nos basta: somos amigos! Somos amigos e acreditamos um no outro e torcemos por cada uma das nossas escolhas. O Fernando não é gente fácil, mas tem aquela gentileza que falta à maioria. O Fernando nem sempre disse sim a todas as minhas idéias, na verdade se bem me lembro, ele disse mais não's que sim's, mas não tenho dúvidas da disposição de alma dele em fazer de tudo para que eu obtenha sucesso, e se chegar o árido vento do fracasso, não será dele a risada do "eu não te disse?", mas as palavras do "estou aqui pro que der e vier".

Em fim, o Fernando é meu amigo, assim como o é de outros, e constitui aquela parcela da humanidade pela qual eu morreria, por que valeria a pena. Em verdade, vale a pena ter amigos como o Fernando e vale mais ainda fazer-se amigo de alguém como ele.

Sobre mutatis mutandis

Acho a palavra, das invenções humanas, a mais fascinante. Há palavras, expressões, que são bonitas e interessantes, mesmo que seu significado não seja proporcional ao fascínio que elas me provocam. Há expressões que são sedutoras, nos levam a enveredar por mundos que só parem conhecidos, mas que não o são de verdade. Contudo, as palavras podem, na mesma medida do seu fascínio, serem traiçoeiras.

A natureza do acaso produziu, em tempos diversos, pródigos domadores de palavras. Pensando nos círculos do inferno dantesco ou nas aventuras do viandante cavaleiro de Cervantes, imaginando as ruas de Macondo e as peripécias do cigano Melquíades na saga dos Buendías, passeando pelas florestas mágicas da Terra Média ou sofrendo com o fim do amor de Júlia e Smith; sinto uma comoção interna com a forma que foram dobradas as palavras para se renderem às descrições necessárias por estes autores.

Há frases que são condições sine qua non (e o que dizer do plural - Sine quibus non) para que meu interesse por um texto seja despertado. Adoro ler os que sabem jogar com as palavras, dar-lhes uso pleno ou um uso sui generis! Há frases e expressões na literatura que eu gostaria muito de ter sido o autor: quando Machado qualifica o olho de Capitu (e por isso seu olhar) como sendo "olhos de cigana oblíqua e dissimulada" e ainda "olhos de ressaca", fico horas a devanear sobre esse olhos de Capitu, e pior, tenho a nítida impressão de compreender o que quer dizer.

Eu passaria horas relembrando frases que marcaram minha vida literária, momentos de puro prazer estético e deleite dos mais sublimes. Mas não é esse meu objetivo, gosto de alguns prazeres no conforto da minha privavidade, e esse gozo o guardo pra mim. Mas, mutatis mutandis (eu pensei que não conseguiria usar mais esse latinismo), tem uma frase que traduz tão bem minha fase atual, que mesmo não sendo minha, reclamo sua autoria provisória: "Por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não usa máscara". A Frase é de Wilde, mas bem que poderia ser minha, vocês não acham???

1.4.10

Sobre a hora certa...

Ele não morreu por que ainda não era a hora! Eles se conheceram na hora certa! Já era hora disso acontecer... Essas frases sempre me chamaram atenção, menos pelo significado mágico e mais pelo absurdo da proposição; mas será que há uma hora certa pra tudo na vida... é possível que sejamos condicionados por um tempo mágico sobre o qual não temos qualquer controle... e se há uma hora certa, como identificá-la... só será a hora certa se as coisas dão certo... é possível uma coisa feita na hora certa dar errado... e sobre a hora errada... ela é errada por que mesmo? e quando chegamos atrasados à hora certa, ela vira errada?

Essa nuvem de interrogações e reticências caíram sobre mim neste período depois de muito ouvir de meus amigos , que minha hora não chegou - só temo que ela tenha passado e que seja igual ao Cometa Halley que só passa uma vez a cada 76 anos.

Continuo sem entender direito essa coisa de hora certa, mesmo se o conceito é bem fácil: para tudo na vida tem um tempo!

Outro diz falei sobre a competência de viver e disse que essa competência tem tudo que ver com a capacidade de bem escolher, neste caso, adiciono: a competência de viver tem também que ver com a sensibilidade de perceber a hora certa para cada coisa. Digo, sem contudo crer!

Incluo-me na categoria daqueles que acredita que a vida seja um acidente, poderíamos ser nada menos que bactérias navegando em um oceano cheio de sais, ao invés, somos primatas metidos a besta que dominamos o mundo. Acredito que no fim das contas, fazemos a hora, estabelecemos os prazos de nossas vidas. Alguns, e me incluo, são exímios postergadores, alguns tem o vício da procrastinação... para esses, infelizes que são, há que se ter a condescendência de fazer crer em um tempo que há de chegar, em um momento, que não obstante a sua natureza displicente, as coisas hão de acontecer.

Mas esta espera acarreta uma perda absurda de energia.

Não creio na hora certa, mas bem que ela poderia ser amanhã!

31.3.10

Sobre o que se quer fazer e o que se deve fazer...

Somos treinados, aos menos alguns de nós, desde a mais tenra infância, para fazermos o que se deve. Devemos ser bons cristãos e honestos cidadãos - devemos desejar a paz no Timor Leste, mesmo sem fazer a menor idéia de onde fica isso, devemos questionar as autoridades sobre o que elas estão fazendo para diminuir as emissões de CO2, mas nada nos faria deixar o carro em casa, por que sempre pode chover...

Bons cristãos e honestos cidadãos! O problema é que desejamos a mulher do próximo, não guardamos dias santos, estacionamos em lugar proibido, damos sempre um jeitinho no nosso IR, isso só pra falar de algumas coisas que nos distanciam, por vezes, do dever ser. É possível casar o que queremos com o que devemos fazer? Será a vida uma eterna luta entre o que realmente gostaríamos, por aquilo a que nos obrigamos?

Óbvio que estou usando extremos e pensando em extremos, mas quando um adolescente diz que vai fazer vestibular para artes cênicas e nós o dissuadimos desta idéia em nome de uma carreira que "deverá" dar-lhe mais dinheiro nós não estamos já dizendo que o que ele quer, o que ele imagina lhe fará feliz, não lhe é certo? Não lhe estamos dizendo: "o que você gosta não é importante, mas o que você deve é o que decide sua vida".

Por outro lado temos o árido século XXI com a idéia de que tudo e todos têm que produzir e dar "resultados"; neste mundo o mesmo adolescente que não foi dissuadido e agora formado, está fazendo trabalho voluntário, participando de peças que ninguém, além de dois amigos da escola, vai ver e que percebe que não pode planejar absolutamente nada por que não tem dinheiro e que todos os dias vê que suas perspectivas diminuem; fica a pergunta, será que não foi pior deixar que ele fizesse o que queria, o que sonhou? Será que no futuro estaremos preparados para um amor e uma cabana, viver de sonhos e desejos de nossas infâncias ou queremos mesmo é ir pro show do Cold Play e depois ainda esticar a noite chegando em casa as 6h da manhã e tendo gastado uns R$ 500,00 sem achar que passaremos fome no restante do mês ou que somos monstros por não termos dado metade deste dinheiro para reconstruir o Haiti?

Querer... dever... há ainda uma porção de implicações dentro destes dois conceitos. Eu, por exemplo, gostaria de viver, e digo, ser sustentado, para ler, escrever e viajar... mas dada a minha pouca competência, e o azar de não ter nascido rico ou com tino político, vou continuar tentando descobrir o que mais eu gostaria de fazer, pois o que devo fazer eu acho impossível...

29.3.10

Sobre a competência de viver...



Penso que viver, e pra isso uso a imagem cristã da vida em abundância, seja essencialmente uma questão de competência. Vivem, em/com abundância, os mais competentes, os mais aptos a arcar com suas escolhas e mais sagazes (pensei em usar sábio ao invés de sagaz, mas seria demasiado cristão) na louca e necessária tarefa de eleger prioridades.

Acabo por resumir a competência de viver, na sagacidade de bem escolher. Bem escolher, no viver odierno independe de moral, depende sim de antecipar-se o por vir, as conseqüência da escolha e arcar com essas conseqüência, pro bem, ou pro mal. Vejo quem, por incompetência, imputa a outros as conseqüências de suas escolhas... ora foi o azar, esse vilão invisível, mas ímpio por natureza; ora será a inveja de fulano ou a escolha de outros... Mesmo se não descosidero por inteiro a influência altrui em nossas escolhas particulares.


E tem os que atribuem ao além, ao mágico, ao fantástico, suas escolhas: se foram bem sucedidas, graças a deus, se deu errado, foi falta de fé, foi o diabo, ou foram os outros: desses, que mesmo incompetentes na arte de viver, tendem a sofrer menos, mesmo se vivem um vazio de realização humana em oposição à superposição das mãos do divino em suas vidas, confesso ter uma inveja passageira... mas é bem passageira essa inveja... pois eu, mesmo incompetente, adoro me vangloriar e bem valorizar minhas conquistas, coisa que meus amigos cheios de fé, jamais o farão.

Pus-me a pensar sobre a competência de viver unicamente para entender minhas falhas sem fazer uso da minha já cansada auto-compaixão. Larguei tudo sem um plano bem definido, sigo uma estrada que não faço idéia do tamanho, alio-me a quem não me pode vir em auxílio, quero o que não está-me ao alcance, sonho com o impossível... ou seja, demonstro minha inépcia a cada respiro.


E você, amigo de agora, em que medida sua inabilidade em viver se demonstra em suas escolhas... é possível reestruturar em vida às margens da falência e conseguir uma certificação ISO 1405 de bem viver... neste caso tenho só perguntas reticentes que nem pontos de interrogação merecem.

24.3.10

Sobre o que não foi escrito...


Santos têm, para sua justificativa, as noites escuras da alma; sempre gostei desta imagem. Alguns santos da tradição católica relatam ter passado por períodos em que não conseguiam sentir qualquer traço de seu relacionamento com seu deus ou que tinham a alma árida às graças que se lhes eram apresentadas. Nestes momentos de escuridão eles padeciam, mas lhes servia também para, no depois, verificar o quão grande era o amor de seu deus, visto que sofrer, na tradição cristão onde deus sofre a pena da cruz, é uma espécie de "participação" à divindade, é fazer parte dos desígnios de deus por provação.

Escritores tem suas ausências criativas, momentos em que não se lhes vêem a cabeça qualquer personagem, todos fogem. Há momentos em que nada consegue fazer sentido e nenhuma estória dá conta de ser contada. Alguns escritores famosos no panteão da literatura contemporânea, em momentos como estes, decidiram viajar, casar, ater-se a outras atividades, resolveram ou ir ao encontro dos personagens ou esperar que estes resolvessem que era momento de regressar.

Em noites escuras da alma ou em ausências criativas, fico pensando naquilo que não foi escrito, naquilo que não foi produzido, naquilo que a aridez não permitiu que viesse a nós. Já ouvi em algum lugar de alguém sobre um escritor que afirmou que ele tinha bem mais livros dentro dele, livros não escritos, personagens que se haviam recusado de sair à publico, em fim, ele tinha mais livros dentro dele que livros publicados.

Essas idéias vieram a mim, e as torno públicas, por que eu sempre escrevo, mas faço uso da trivialidade, escrevo o mais vulgar daquilo que imagino. Tenho cadernos e este blog e minha cabeça freme de idéias e estórias (sim, estórias), mas vejo tv, escrevo no orkut e tergiveso, e procrastino de tal maneira que tudo fica preso dentro de mim.

Será que eu também estou tendo o direito à minha noite escura? Como nunca fui um criativo, não terei a mpáfia de achar que ausentou-se-me a criatividade.

23.2.10

Sobre a Amizade

O tema sempre pareceu-me frugal, sempre muito especial, e importante, mas sem maiores dificuldades... contudo, tenho percebido com a vivência, sim, pois amizade é essencialmente algo que se prova vivendo, e minha vivência me tem feito refletir sobre as verdades que cercam esse tema.

A minha principal conclusão é que não há verdade verdadeira no tocante à amizade... amizade deveria ser amor, e por isso mesmo, não balizada por regras férreas.
Uma coisa no entanto tem-me tirado o sono: depois de um litígio com uma amiga muito amada percebo que não é muito verdade que não temos regras férreas para a amizade.

Cada um, cada singular pessoa, tem sua regra que não deverá jamais ser infringida, burlada, regra que o descumprimento não será perdoado, mas insisto na pergunta... isso tem a ver com a amizade ou diz respeito a uma limitação da pessoa, do amigo que ao final não era tão amigo. Devo parecer um canalha, mas canalha somos um pouco todos, ao fazer este questionamento, pois provável e possível que me esteja justificando.

Vamos fantasiar com nossas perguntas no meu mundo maravilhoso... quando digo que fui traído, o fui verdadeiramente, ou só limitei o raio de ação da pessoa que estava próxima??? Demasiado injusto.

Quando ofendi, ofendi de verdade ou só não fui capaz de falar o que me queriam ouvir??? Absurdo.
Qual o limite em se dizer sim a tudo e fazer somente o que se pode?
Minha liberdade vai até onde a tua termina ou não posso ser limitado nem mesmo pela liberdade dos outros?

Amiga, que sei jamais lerá isso, onde estávamos e onde chegamos??? É possível descer do Olimpo diretamente ao Hades? As parcas nos cortaram um da história do outro definitivamente?
Tenho medo de perguntar ao passado sobre o que nos reservava o futuro, mas o presente não me diz nada. Fica mudo e eu aponto o dedo.

Sobre desejos...

O mundo é estranho e engraçado, quando não se emputece e resolve ser desgraçado e trágico. Vejam que estou falando isso unicamente porque vivo uma singularidade e vejo as coisas sobre um primas bem particular, o prisma de quem espera o futuro, o por vir.

Em algum momento de minha vida decidi que estudar era a prioridade, resolvi que a cultura, a erudição, as letras e a história eram o que importavam. Hoje chego aos 30 anos sem saber fazer nada de prático, nada que sirva ao mundo capitalista. Sou bom de ler e escrever, mas não bom e prático, sou bom do tipo que disso gosta e que isso faz com prazer e sem titubeios. Ler e escrever são antes de tudo um prazer, mas e se isso virasse profissão, será que meu empenho seria o mesmo? Gosto de ler por deleite, escrevo com prazer, mas e se isso fosse meu ganha pão, seria maravilhoso ou trágico?

Sei que ganhar a vida trabalhando por deleite é privilégio de uma minoria anônima, pois quem recebeu essa graça tem mais é que ficar quieto no seu canto, mas isso não me pode impedir de desejar essa benesse.

Mas se o gênio da lâmpada me aparecesse e dissesse que eu tinha um único desejo e que deveria ser um trabalho, eu ainda assim escolheria um que não me daria deleite: pois eu seria um gênio de lâmpada.

14.2.10

Sobre planos de dominação do mundo...

Eu tenho um plano de dominação do mundo... e penso que o mundo precisa ser dominado. Quando falo da dominação do mundo, atenção caros amigos, que não se lhes venha à cabeça uma tomada de assalto à Casa Branca, até porque tendo a simpatizar com seu atual ocupante; não pensem também em mim escalando um grande arranha-céu e gritando lá do alto: I'm king of the world; nada disso. Eu quero dominar o mundo possível, o mundo que me esta ao redor.

Dominar o mundo é a metáfora que utilizo pra dizer que preciso vencer ou serei vencido, mas todos temos um mundo a ser dominado, todos absolutamente precisamos vencer.

Percebi, no entanto, que meu intento de dominar o mundo não depende somente de mim, dominar o mundo é uma árdua tarefa que por vezes exige combater gente que não se imaginava, queriam o mesmo pedaço de mundo que me apetece, que nos apetece; e isso é um problema, pois há mundos a serem dominados por todos, cada um deveria ter sua batalha própria. Mas há aqueles, infelizes bem camuflados, que decidem que seu mundo a dominar será sempre o mundo de outrém. Depois de algum tempo o mundo a dominar de algumas pessoas vira o não deixar que outros dominem mundo algum. Contra estes, nossa guerra deve levar à aniquilação, pois eles constituem perigo eminente à felicidade mais geral.

Um mundo, mas tu podes entender também como sonho, desejo, objetivo quem sabe, um mundo não se conquista sentado no banco de um praça assistindo como espectador passivo, a vida que passa. Precisamos de planos de ataque, sejam os gerais, sejam os específicos, precisamos de instruções de curto, médio e longo prazo, precisamos de aliados e de um número mínimo de inimigos declarados, pois os inimigos ocultos, jamais saberemos. Para dominar o mundo que no pertence, ou deveria pertencer, precisamos da coragem de querer, mas principalmente da força de não desistir depois das primeiras 100 batalhas perdidas e dos primeiros 10 anos de planos fracassados!

10.2.10

Sobre "e se fosse"...


E se fosse um item de geladeira, o que ele seria? E se ela fosse um personagem Marvel, qual seria? E sendo um cheiro ou aroma, qual seria?

Eu sempre brinquei deste jogo que se chama "e se fosse", mas confesso que o que eu queria mesmo era saber o que meus amigos me atribuiriam... tipo, se eu fosse um item de geladeira, qual eles pensariam: um queijo ralado envelhecido, que mesmo com gosto de sabão, muda aquele intragável macarrão de três dias em um prato ao menos aceitável, ou uma batata velha, que a gente sempre acha que dá pra usar mais tarde, até que um dia percebe que esta podre?

Neste post pensei em dizer o que eu me imagino ser e ainda dizer o que seriam alguns amigos amores:

Se eu fosse um personagem Marvel, seria a Vampira, mesmo se eu gostaria mesmo era de ser o Homem de Gelo. Já a Angélica seria o professor X, sempre tomando conta dos outros e orientando.

Se eu fosse um item de geladeira, seria um cubo de caldo de galinha, pois serve pra muitas coisas, mas é dispensável na maioria das vezes, já a Suelem seria um pote de sorvete de chocolate ao rum, pois há quem diga que não gosta, mas faz a alegria dos que conhecem.

Se eu fosse um perfume, seria seguramente o aroma de café expresso: adoro esse cheiro, é marcante, significativo, inconfundível e dá coragem. Já a Ana seria cheiro de casa limpa ou roupa recem lavada: a gente adora sentir, pois aconchega, dá alento.

Se eu fosse um fenômeno da natureza, eu seria um chuva molha besta, aqui em São Paulo eles chamam de garoa, em Belém chamamos de chuvisco, mas o nome científico é chuva molha besta. Eu sou muito assim, sem medida, sem tempo, irritante, persistente no que aborrece. A Ana Emília, novamente ela, seria a aurora boreal. E a Ana Paula seria uma enchente, um furacão, um cataclisma.

Se eu fosse um prato ou uma receita, eu seria uma pasta italiana, mais pela presunção que pela receita em si; já a Ana Paula seria seria uma maniçoba bem temperada: pode até não agradar a todos, mas reconhece-se que é uma iguaria cara, difícil de preparar, única, sem par... e que é gostosa pra caramba...

Mas... e se eu fosse um sinal ortográfico, eu seria reticências e minha amiga seria o ponto final.

4.2.10

Sobre uma quinta-feira qualquer


Em uma quinta-feira qualquer os meteorologistas disseram que iria chover (eu queri usar outro tempo verbal – choveria – mas ser “apropriado” é uma necessidade); eu, após ouvi-los, não tinha dúvida sobre a eminente chuva, ao invés, tinha a mesma certeza que eles. A previsão da chuva trouxe-me a lembrança de tantas outras previsões certas, inequívocas, inadiáveis. Previsões que sempre me esforcei por desconsiderar.

No segundo ano de faculdade previu-se (indeterminar o sujeito é uma forma maravilhosa de ser apropriado sem ser culpado) que a história não era minha vocação: previsão ignorada, castigo certo. O que me fez pensar superior a Édipo.

Alguns anos depois, tendo terminado a história previu-se ainda que dar aulas e ganhar aquilo, seria um erro brutal, as prementes necessidades fizeram-me Daniel, mas na cova dos cordeiros. Mais uma previsão inorada, mas um insucesso alcançado.

2004, o ano que quase parou, só não pode ser pior que 2008 (alguma coisa com os múltiplos de 4??), neste ano resolvi não fazer ou deixar fazer, previsões, o velho mundo parecia dar-me uma chance. Não desci ao abismo porque já estava no fundo. Minha capacidade de dar errado foi surpreendente (usar verbo no passado é tentar se convencer que é passado mesmo).

Depois de muito, ainda acredito em algumas previsões, mas decido, dia a dia, não prestar atenção nelas. Seguindo as previsões corro o risco de dar errado e ainda não ter desculpas.

2.2.10

Sobre complicações...

Como é fácil complicar uma coisa simples. Complicar, mesmo sendo uma antítese "do resolver" é a forma natural do como agimos nos dia a dia. Então ele não me observou? Que droga, sou uma coisa que não merece ser observado, visto... não é que simplesmente não fui visto, é que sou algo de não observar.

Estou no ônibus, há algumas cadeiras vazias e não há ninguém sentado ao meu lado, o ônibus para, entram pessoas, ninguém senta ao meu lado... estou fedendo? Sou muito feio? Tenho um aspecto desagradável? Claro que não penso que as pessoas simplesmente escolheram outras cadeiras, da mesma forma como eu quando entrei no ônibus o fim.

Tenho que sair hoje, mas simplesmente nada daquilo que entulha meu guardarroupa, nada daquele monte de coisas que vestiriam toda a África, nada serve para que eu use hoje.

Complicar é quase um esporte para algumas pessoas (deixa logo eu me incluir - assim fico livre de dedos apontados), mas eu quero gritar algo: COMPLICAR É UMA FORMA DE VIVER INTENSAMENTE. Certamente não a mais indicada, obviamente não a mais adequada, mas é uma forma... E quando encontrares alguém que consegue complicar o mais simples, para de onda e ajuda. Ah, como se ajuda alguém assim??? é muito complicado!

29.1.10

Sobre esperar a (ou uma) epifania...


Estou em um momento de pura, simples, absoluta, insuportável, necessária espera. Eu espero, aguardo 2012 (e o fim anunciado) ou uma mudança de rumos nesta sem rumo que é minha vida. Não sendo um que crer, não espero a revelação ou a iluminação - mas se eu caminhar por uma rua em dia de chuva e repentinamente o céu se abrir e uma luz, de onde sai uma voz retumbante, se dirigir a mim dizendo filho meu vem e segue-me, é capaz de eu considerar; mas ainda no assunto, como eu disse, não espero a iluminação, espero somente, e tão somente, fazer parte dos números, na verdade, ser um número, uma linha nas estatísticas, necessito de um trabalho remunerado, essa seria minha epifania.

Esperar é uma droga, sempre é chato, mesmo esperar por algo muito bom.

28.1.10

Sobre nem sempre aprender algo



Tem gente que tira lição de tudo na vida, não sou destes! Definitivamente não sou um poliana na vida. Há coisa, e infelizmente são muitas coisas, que não têm lição pra dar. Deveríamos ter a tecla delet (a foda-se serve) pra simplesmente esquecer.

Mas o que mais me impressiona nas pessoas que de tudo aprendem algo, e não as invejo por isso - pelo contrário, é que elas preferem aprender das coisas ruins, ou melhor, elas dizem que as coisas ruins ensinam melhor. É mais ou menos assim que funciona o mecanismo: o evento escroto vem, te derruba, te faz lamentar estar vivo pra sofrer aquele suplício, mas que bom, pois aprendi algo; então derrapei na estrada com toda a minha família, capotei o carro três vezes e dos quatro ocupantes fui o único sobrevivente, eis a lição: mas ao menos eles não sofreram muito e eu sobrevivi! (Alguns me odeiam no exagero, mas o exagero é sempre uma possibilidade).

Não me recuso a prender coisas da vida, não mesmo, contudo não cobro isso dela. Há uma infinidade de possibilidades na vida e uma delas é a simplicidade de nada aprender. Por vezes vivenciar o trágico ou experimentar a dor é só isso mesmo: tragédia e dor, por vezes gratuitas, nada além. Que bom que há quem tire lição de algumas dores, isso acontece, eu já aprendi que tomar café no carro é tolice (ao menos em copo descartável - pois em xícara grande funciona), e aprendi com a dor de queimar a língua e a perna quase ao mesmo tempo. Mas quando minha avó morreu, ou meu avô, senti como que um rasgo dentro de mim, e não quero sentir mais, sabendo que isso vai acontecer inúmeras vezes, e não aprendi e me recuso a aprender algo de útil desta dor.

Erra é humano, persistir no erro é ser demasiado humano... é isso, não aprendemos sempre algo e quando aprendemos, que bom...

Sobre uma noite em claro...


Tive todos os pesadelos do mundo, me senti andando com fred ou correndo com jason. Acho até que fui apalpado pelo michael ou brinquei, e perdi, de war com o bush. Estou me sentindo, emocionalmente, como um Haiti pós terremoto. Meus desejos vagueiam em direção ao nada, tenho fome e sede, mesmo que minha fome e minha sede sejam metáforas bestas pra dizer que faltam-me coisas além das necessidades justas para sobreviver.

A idéia de perdido igual a filho de puta em dia dos pais, usual para uma amiga, pode descrever como sinto minha "alma". Contudo, há um que de refinada na dor que me perpassa o espírito; como se ela tivesse uma recusa em ser só dor, ela, a dor, prefere ser agonia, inquietação, angustia. Minha dor, que prefere usar do artifício melindroso de não permitir uma noite dormida, gosta de saber-se vista, contemplada, não adolorada e esquecida, sublimada, ela, a bendita dor, prefere a apoteose, a ribalta de minha confusão lhe apraz e eu que fique na cochia a contemplá-la.

Acho, e é um achar despretensioso, que minha dor existe apesar de mim (eu não explicaria isso nem para ninguém); doer é uma condição da existência, mas é uma condição secundária se comparada à necessidade de amar, de respeitar e até de dançar (gente que não dança faz a dor de existir ficar carrancuda e propensa ao mal humor, não gosto disso).

Não faço um lamento pela dor de não ter dormido (acho mesmo que nem foi dor doída), não dormir é mal de almas inquietas ou de barrigas demasiado cheias (ontem eu me encaixava nas duas categorias), meu lamento, se é que lamento é, esta sendo pelo turbilhão de sentimentos que acodem minha consciência agora.

26.1.10

Uma divagação


O vento sopra no triângulo mineiro e eu tenho o prazer de sentir esta brisa. Brisas, ar em movimento, trazem sempre algumas novidades (não ouso dizer que toda novidade é boa) e a novidade do momento é não entender fronteiras para mudar de vida. Estou em Uberlândia e gosto de saber que agora estou aqui.

Acho que vale a pena da vida (referindo-me à pena de viver) conhecer pessoas interessantes e legais (nem todos os interessantes são legais, mas praticamente todos os legais são interessantes), elas dão certa leveza à vida... Peço sempre ao paizinho (estou mineirando) do céu que afaste de mim as pessoas burras, as preconceituosas e as mal humoradas, depois lembro que amigos imaginários não participam de demandas reais, e fico eu mesmo tentando descobrir esses seres indesejados no meu mundo nada perfeito.

Contudo, eta problema difícil de mais (estou minerando tudo) de resolver, gente burra, preconceituosa e mal humorada é, contudo, gente, e por isso, deve ser amada deste jeito mesmo. Atenção, amar não é convidar pra sua festa de aniversário. Respeite e saiba que não há respeito maior que não se azardar a tirar a beleza da descoberta, ou seja, os outros não tem que saber por mim o quão burros, mal humoradas são fulano e sicrano... Quanto aos preconceituosos estes, que dificilmente o são unicamente preconceituoso, ardem nas chamas de meu preconceito também... e me deixam burro e de mal humor...

23.1.10

estou parado na frente do computador a mais de uma hora tentando escrever, mas não me ocorre nada que eu queria compartilhar... estou pensando em política, mas é um enfado escrever sobre; penso em problemas, mas a não ser que você seja um Haitiano ou que tenha câncer em estágio terminas acometendo seja você mesmo ou algum ente muito querido, você ão tem muito direito de escrever sobre problemas hoje. Estou pensando em viajar, em mudança, mas esta tudo confuso e nenhum parágrafo decente sairia desta confusão... imaginei escrever sobre amor, amor rende sempre dois ou três parágrafos bons e um outros tantos bem medianos, mas hoje não estou disposto a mentir... Então não restam-me idéias ou devaneios aceitáveis...

Estou borbulhante, mas nada extravasa...

só me ocorre a inutilidade de tudo...

20.1.10

Sobre Kings of Leon

Detesto descobrir que sou ou fui traído, não gosto que me digam que as hortaliças que compro no supermercado, dentro de embalagens onde vem escrito que já estão lavadas e higienizadas, na verdade não o estão... não entendo quando alguém vem a mim dizer que meu sabão em pó preferido na verdade é o mesmo que aquele outro mais barato, pois vem da mesma fábrica. Que prazer terá uma pessoa a dizer a mim, que sempre gostei de Daniel na cova dos leões, do Legião, que a música é uma ode ao boquete... descobrir pode ser traumático...

Tudo isso pra dizer que por vezes descobrir pode ser também uma coisa que deixa absurdado qualquer pessoa. Eu descobri, tendo me perdido e chorado pelas ruas de São Paulo, Kings of Leon olhando um clip repetido pela MTV em uma vitrine qualquer...

Abaixo vos deixo a música e vos aconselho a baixar os dois últimos álbuns da banda...

P.S.: Não sei incorporar vídeo aqui então deixo o link

http://www.youtube.com/watch?v=lkGhDHP093M

Sobre ter planos...


Eu tenho planos desde que me lembro; agora mesmo tenho um plano de dominação do mundo que esta a consumir-me os dias. Ter planos é essencial, mais que realizar os planos que se tem (atenção, isso digo-lo eu sem pedir aprovação outrem). Ter projetos futuros, de longo, médio ou curto prazo, é uma medida de manutenção de sanidade, ao menos em nosso mundo enfermo. Não entendo os que acordam todos os dias e todos os dias prestam-se somente ao dia, os invejo, pois tendo a invejar a ignorância, mas não os entendo. Mais que isso, não lhes acredito.
Planos, para o bem ou mal, movem almas e dão sentindo a vazios. Contudo, mesmo os tendo em alta conta, vejo uma singularidade funesta nos planos que me são vizinhos: eles dependem de convidados especiais. Essa dependência por si seria já trágica, mas fica ainda pior quando vos digo que os convivas nem fazem a pálida idéia de sua necessária participação.
Planos devem ser individuais, não posso contudo impedir que outros tenham o mesmo plano que eu, mas as ações devem partir do sujeito único e talvez, pois não há regra neste tipo de relação, juntar-se harmoniosamente dando resultado uno. Em miúdos, devo fazer por mim, sem esperar pelo outro, mas se o outro resolver que me ajudar lhe ajuda de alguma forma, que o faça, sem garantias que essa ajuda dá-se pela verdade; dando-se pela verdade, que meu ato, individual, junto com outro ato único, viram um ato conjunto com efeito benéfico sobre mim mas não necessariamente sobre meu amigo ajudante.

Planos, projetos, sonhos... palavras que tendem a nos jogar no mesmo vagar descuidado, mas que nos dão aquele bom gosto de viver nestas plagas onde galeja ignorância e a aridez é consoante com as almas pouco dadas à justa generosidade.

18.1.10

sobre rendições e tréguas...

Estou em São Paulo desde o dia 7 de janeiro e estou voltando a Belém amanhã, dia 19... mas não é uma rendição, é uma trégua, uma retirada estratégica... O fato é que não tenho grana mais nem pra nada e corro o risco de perder o mínimo.

Eu tentei adiar para a próxima semana, mas a TAM me disse que a diferença de tarifa me faria pagar R$ 580,00. Não tenho essa grana e vou esperar respostas em Belém. Isso pode até parecer besteira, mas como tenho essa passagem de volta, não posso correr o risco de perder... mas caso me chamem pra algum emprego, volto em um pulo. Deixei currículo em mais de 30 escolas e enviei currículos para quase todos os sites de escolas e universidades que pude. O ideal seria esperar mais duas semanas ao menos, mas em Belém tenho como ganhar grana diariamente, dou aulas particulares, tenho alunos fixo, não é muito, mas me garante aluguel plano de saúde e outras despesas, em São Paulo, neste período, só gastei e olha que plano de saúde atrasado etc.

Não tenho lamentos, tá tudo ok... e vou continuar tentando...

No meu plano de dominação do mundo uma das escalas é vir a São Paulo e ficar ao menos 4 anos na desvairada. E ainda tem uma passagem obrigatória pela USP.

Espero na próxima semana estar de volta por aqui...

12.1.10

Sobre contradições...

Já falei sobre pessimismo e otimismo, sobre esperança e dúvida... e falo sobre contradições agora!

Ser humano é já uma contradição, visto nosso desejo de sermos deuses; mas a contradição é a dúvida que nos vem quando tudo nos diz uma verdade, mas insistimos em querer a mentira.

10.1.10

Sobre ter esperança...

Sou daquelas pessoas desesperadas que sempre acha que um cometa vai cair justamente na minha cabeça, mesmo sendo este planeta palco de vida de quase 7 000 000 000 de pessoas (como faz impressão escrever os zeros todos ao invés de dizer bilhão - palavra que odeio). Tendo a ser o inveterado pessimista que sempre tem a estória pior pra contar... mas faço esforços para mudar isso, gente pessimista é como célula cancerígena (dentro do tecido social), é possível que uma só não levará à óbito o corpo enfermo, mas várias causam a metástase da qual quase sempre não se volta.

Abaixo aos pessimistas inveterados, causadores de metástases sociais de desilusão... mas se pessimistas são câncer, otimistas, em demasia, causam soluço. Não levam a morte, mas aborrecem e incomodam. Há que se perceber que a vida é feita de vitórias e derrotas, e que, na maioria das vezes, quando alguém vence, outro alguém perde. As perdas são perdas, olhá-las com condescendência não fará com que elas sejam menos perdas, e essa história maluca de que aprendemos com as perdas, é besteira, a perdas que serão somente inócuas perdas; causadoras de dor, de medo, de angustia. O pessimista tende a sofrer mais do que deveria, supervalorizando uma dor, e passando sua dor, as dores são individuais em essência, a outras pessoas. Os otimistas, gente patologicamente feliz, por sua vez, resolvem não sofrer ou passar sua dor ao TEMPO.

Há que se encontrar um equilíbrio entre a realidade e o otimismo. Nesta semana este é meu ideal.

Continuo a saga...

9.1.10

Dias...

Dias de encontros, embora na vida existam desencontros, e encontros bem legais... Amigos virtuais que agora são reais. O cansaço me impede de prosseguir, mas certamente devo escrever sobre encontros...

Golias esta indo com minha cara...

8.1.10

Ainda assim...

E eis que chove nos campos da desvairada... sinto-me meio perdido com aquela sensação de que estarei só caso eu vire a próxima esquina. Eu não tenho problema em ficar só, em estar só... mas quando me sinto só sofro!

São Paulo não assusta, fascina, mas não assusta! Mas quero que São Paulo me respeite, isso sim... mas ainda não sei como faço isso.

7.1.10

Sobre como ser pequeno...

Estou em um lugar tão grande, mais tão grande... que me sinto bem pequeno...

Não é um lamento, é só uma constatação! Hoje saí pra ver Golias, mas ao contrário de David, eu não vou jogar uma pedra, na verdade quero ser melhor amigo do gigante... Ele, por hora, nem se apercebeu de minha presença, não sou nada ainda... e talvez demore um bocado pra ser algo, mas estou gostando de Golias...

Indo...

6.1.10

Sobre coisas difíceis...

Surpresas são difíceis!

Explico: eu, ao contrário da maioria, não curto surpresas, prefiro a monotonia do planejado. Não que eu seja uma alma avessa ao bate coração de uma "inesperada", mas tudo o que contribui para minha ansiedade, tudo o que de alguma forma me causa medo tende a não me ser agradável...

Tentei sempre ter um plano, fazer listas, ter top five de quase tudo... mas agora estou deixando planos fracassados (mas sempre planos) para me jogar em uma surpresa. Estou com aquele bate coração ininterrupto, aquela secura na boca e frio no estômago. Sou daqueles a quem a frase "viver perigosamente" não diz nada; viver perigosamente pra mim é tomar chá muito quente ou procurar vaga em estacionamento de shopping na véspera do Natal. Mas eis que me jogo a viver perigosamente... tá, parecendo exagerado, tá parecendo supervalorização... pode até ser, mas o fato é que nunca fui reprovado em nada importante... e agora posso ser reprovado na vida...

Mas tudo vai dar certo... lhes conto cada dia...

5.1.10

Eu por agora...

Ainda falando de mim...


O tempo passa, e passa em uma velocidade absurda... com o passar do tempo mudamos, nos transformamos... e esse sou eu hoje?


Acho meu nome horroroso e odeio saber que foi uma promessa que vou ter que pagar... sou filho único, mas tenho notícia de outros 6 irmãos, não tenho a família que escolhi, mas escolho quem considerar da família. Gosto de estudar (to descobrindo que é a única coisa que sei fazer), mas só estudo bem o que gosto e isso é muito ruim. Tenho muitos sonhos e muita força pra realizá-los, contudo, se as coisas se mostram muito difíceis tendo a desistir;
Fé muita, eu tenho pouca, mas sou um homem que crê no homem, e o ceticismo vive nas cercanias da minha alma (entendam a palavra alma aqui utilizada). Tenho uma alma inquieta, sou pouco objetivo e não suporto palavras que violentamente saem da boca (por exemplo: bilhão, trilhão etc.).
Vivo desturbadamente feliz;
Amo meus amigos, e gosto de saber que eles sabem disso; gosto muito de ler, mas o tempo e, acho, a maturidade, me deixaram muito seletivo, há coisas que simplesmente não considero literatura, não me importando quem o escreveu é ou não imortal.

Sou um viciado por cinema. Odeio pessoas que odeiam muitas coisas (e me odeio por odiar essas pessoas que odeiam); gosto de poesia e acho que todos os meus amigos deveriam ler minhas composições (isso é sério, mas eu entendo os que não querem nem ouvir falar).

Tenho amigos que me têm, tenho problemas pra acentuar algumas palavras, esqueço onde é que acentua, isso em todas as línguas que falo.

Sou daqueles que briga por muito pouco (que o digam os cobradores de ônibus de Belém), mas sei pedir desculpas e não tenho problemas com isso. Não gosto de injustiças, e, por conseguinte, não gosto de me sentir injustiçado.

Escrevo mensagens de telefone sem abreviações, com pontos e gosto de mim por isso, não gosto de separar o lixo, mas faço; não gosto de tomar banho, mas tomo.

Amo correr na chuva, amo escrever cartas e também poesia; adoro fazer massas para os amigos e meu macarrão não gruda.

Não li todos os livros que tenho e não tenho todos os livros que gostaria de ter... Bem, isso basta... Até porque não acredito que alguém vai ler tudo mesmo. E se quiser saber mais é só perguntar, eu sempre respondo perguntas, por mais sem respostas que elas sejam.
Acredito nos sonhos e em pessoas que tenham forças de sonhar...

4.1.10

Sobre o que não se tolera...

Tendo, sem qualquer sabedoria, devo admitir, a não tolerar burrice, mal humor... mas sobretudo, ingratidão... Acho que os ingratos, aqueles que não reconhecem o bem que lhes foi feito, estão no último círculo do inferno. Os ingratos devem padecer os suplícios que esta terra prepara aos que não se adaptam a nada.

Essa certeza me veio depois de ver a forma como um trata uma amiga... o cara foi tirado da lama e agora explora as forças de quem lhe estendeu os braços...

Não tenho que dizer: foda-se explorador miserável... que o diabo o carregue para o mais baixo de seus domínios...

3.1.10

Sobre casualidades...



Viver é uma casualidade, viver não passa de uma possibilidade que de alguma forma nos foi dada, uma hipótese... Quando pensei na frase que escrevi acima ela me havia parecido singular e inteligente... mas depois levou-me à reflexão que ora vos deixo nota... A frase não é singular e, mesmo não sendo de todo, é idiota... para ser possibilidade, hipótese, a vida teria que ter sido escolha, digo a vida nos primórdios... hoje escolher viver é uma possibilidade dentre outro, morrer! Não há uma pluralidade de escolhas, temos duas que se excluem... (na verdade acho que a morte exclui a vida e não o contrário). Eu disse outra vez que viver é pena, viver é dor... mas digo que a pena e a dor sim, são possibilidades (com toda a pluralidade possível) dentro da miríade de viver... há a hipótese de felicidade, de realização, de amor, de casamento, de doença, de longevidade... viver comporta em si muitas hipóteses... mas a questão, the point, é que a maioria não é escolha consciente...

* a tirinha é do blog um sábado qualquer (http://www.umsabadoqualquer.com)

2.1.10

Sobre vitórias...

Vencer faz bem! Alguém duvida disso? Cabe lembrar contudo que para minhas vitórias outros, em alguma medida, têm que perder... essa é não é uma das férreas leis que regem nosso mundo, há quem ganhe sem perda a outrém causar. Mas ganhar sem infligir derrota é arte, e os que dominam esta arte são chamados timidamente de sábios.

Eu preciso vencer e devo confessar que não me importo muito se alguns terão de ser derrotados, mas meu principal objetivo não é derrotar ninguém, meu objetivo é a vitória!

É possível vencer sem derrotar? Em que medida isso é uma possibilidade ou uma desculpa?

às vitórias... tin tin...

Sobre mais inícios...


E lá se foram dois dias deste novo ano... dias que não os lamento, mas que me fazem pensar em todos os desejos de recomeço. Perdi dois dias para recomeçar ou tenho mais 363 dias pra recomeçar?

Não importa, importa ter objetivos e eu os tenho:

Ir pra São Paulo e encontrar um emprego, em uma escola (ou em uma editora, ou escrevendo, ou dando aulas de italiano, ou vendendo - sou péssimo em vender coisas) ou museu;

Fazer doutorado na USP no fim do ano (em literatura italiana ou algo assim);

Pagar plano de saúde pra minha mãe;

Namorar alguém que me queira namorar (namorar quer dizer namorar, sair junto, apresentar-se como pessoas que tem um compromisso uma com a outra);

Desfazer um mal cometido (na verdade isso é impossível, mas salvar uma amizade quem sabe);

Escrever.....